NOTÍCIA

Ensino Médio

Autor

Sílvio Gallo

Publicado em 10/09/2011

Chegou a hora da Filosofia

Obrigatoriedade da disciplina é oportunidade para que seu currículo adote conteúdos enciclopédicos de forma interdisciplinar e com abordagem histórica


"





A filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos /…/
O filósofo é o amigo do conceito, ele é conceito em potência.
Quer dizer que a filosofia não é uma simples arte de formar,
de inventar ou de fabricar conceitos, pois os conceitos não são necessariamente formas, achados ou produtos. A filosofia,
mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos."

(G. Deleuze e F. Guattari, O Que é a Filosofia?
RJ: Ed. 34, 1992, p. 10-13)



Desde os anos de 1980 que se debate a inclusão da Filosofia como disciplina do currículo do ensino médio. Naqueles anos, debates acalorados entre os defensores de sua inclusão e aqueles que se colocavam contrários, afirmando que não teríamos professores bem formados em número suficiente para dar conta da tarefa, misturavam-se com a discussão mais ampla em torno do retorno do país à democracia. Naquele contexto, dois argumentos dos defensores da volta da Filosofia aos currículos chamavam a atenção: o primeiro afirmava que essa disciplina seria importante na formação da consciência crítica dos estudantes; o segundo, que a Filosofia possui um caráter interdisciplinar e poderia contribuir para o diálogo entre as várias disciplinas do currículo.


Em dezembro de 1996, foi aprovada a Lei nº 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que determinava que os estudantes do ensino médio deveriam ter acesso aos "conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania". Mas a lei não afirmava que esses conhecimentos devessem estar disciplinarmente inseridos no currículo. De algum modo, o dispositivo legal responde aos debates da década de 1980: afirmar a importância da Filosofia na formação cidadã é responder à demanda por uma formação crítica; e não afirmá-la como disciplina significa ressaltar seu caráter interdisciplinar.


Porém, o Conselho Nacional de Educação aprovou neste ano uma Resolução que determina que no prazo de um ano as escolas que operam com currículos disciplinares deverão introduzir disciplinas de Filosofia e Sociologia. No caso da Filosofia, isso já é realidade nas redes públicas da maioria dos estados do país, e a decisão do CNE vem referendar o fato.



Alguns desafios e algumas armadilhas


Ficamos então desafiados: como ensinar Filosofia no ensino médio? Mais do que isso: como ensinar de maneira significativa Filosofia para os jovens brasileiros de nosso dia?


Encontramos num texto do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, escrito em 1874, um alerta importante. Em Schopenhauer como Educador, ele denunciou o ensino de Filosofia na escola média alemã de sua época, e também o ensino dessa disciplina nos primeiros anos dos cursos universitários, como o exercício de um desprezo pela Filosofia. Segundo Nietzsche, o Estado alemão havia investido na Filosofia décadas atrás, por exemplo, na época de Hegel, quando precisava de suporte para sua consolidação. Mas, no final do século XIX, já consolidado, ensinava-se uma Filosofia completamente afastada da vida dos jovens estudantes. O ensino criticado por Nietzsche era um ensino "enciclopédico": os jovens aprendiam uma série de sistemas filosóficos, seus princípios doutrinários e as críticas a esses sistemas. E depois tinham que fazer uma prova em que demonstrassem o aprendizado. Segundo o filósofo, o resultado era que os estudantes decoravam os sistemas e suas refutações às vésperas do exame, faziam a prova e esqueciam tudo em seguida. Esse era o desprezo pela Filosofia: algo que se decora para passar num exame e esquecer em seguida.


No Brasil de nossos dias, este é o desafio: como não temos um currículo definido para a Filosofia, a abertura é muito grande, e os desafios são enormes. Um dos riscos é justamente o de cairmos num ensino enciclopédico, como aquele criticado por Nietzsche mais de cem anos atrás… E não é um risco assim tão pequeno: algumas universidades têm introduzido provas de Filosofia em seus exames vestibulares, com um programa que abarca praticamente toda a história da filosofia. Daí para as escolas de ensino médio definirem um currículo para a disciplina de Filosofia, que seja um panorama histórico a ser descortinado em um ou dois anos, é apenas um passo. E penso que um ensino enciclopédico como esse teria muito pouco a dizer ao jovem brasileiro, levando a um desprezo pela Filosofia.



Três possíveis eixos curriculares


Temos ao menos três eixos em torno dos quais podemos construir um currículo de Filosofia: um eixo histórico, um eixo temático e um eixo problemático.


No primeiro, organizamos os conteúdos a serem ensinados seguindo uma cronologia histórica. O problema, nesse modelo, é que a chance de cair num ensino enciclopédico, apresentando um desfile de nomes de filósofos, pensamentos e datas, é muito grande.


E, no contexto de um currículo já muito conteudista, a Filosofia é vista como apenas um conteúdo a mais.


No segundo, elegemos temas de natureza filosófica, como a liberdade, a morte ou outro qualquer, sendo que podemos ou não tratar os temas numa abordagem histórica. De qualquer forma, os conteúdos são apresentados de forma temática, numa tentativa de torná-los mais próximos da realidade vivida pelos jovens. Em termos de organização didática dos conteúdos a serem trabalhados no nível médio, essa abordagem parece-me mais apropriada que a anterior.


Por fim, na terceira alternativa, os conteúdos são organizados em torno dos problemas tratados pela filosofia, que por sua vez se recortam em temas e podem ser abordados historicamente. Em minha visão, essa abordagem abarca as duas anteriores, na medida em que permite tanto o acesso aos temas filosóficos mais relevantes quanto à história da filosofia. Mas também avança para além delas, pois toma a filosofia como uma ação, uma atividade, posto que se organiza em torno daquilo que motiva e impulsiona o filosofar, isso é, o problema.



Mas, o que é mesmo filosofia?


Para ensinar, é preciso que o professor, em primeiro lugar, tenha claro para si mesmo o que ele entende por Filosofia. Sabemos que, ao longo da história, são várias as concepções de Filosofia, e o mínimo que se pode esperar é que o professor apresente coerência entre aquilo que ele entende por Filosofia e aquilo que ele ensina em sua prática escolar. Resolver essa questão é o primeiro passo para fazer a escolha por um dos três eixos apresentados.


Particularmente, gosto muito de uma definição apresentada pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari, apresentada na obra O Que é a Filosofia?, publicada na França em 1991 e já traduzida no Brasil desde 1992. Nesse livro Deleuze e Guattari apresentam a Filosofia como uma atividade do pensamento que consiste em criar conceitos. Mobiliza-me essa definição em dois aspectos: primeiro, por tomar a filosofia como uma ação, uma atividade. A Filosofia é apresentada como um ato, ato de pensamento. Para o ensino e o aprendizado da Filosofia, isso é determinante, pois para sermos fiéis a esse tipo de experiência de pensamento, não basta que ensinemos seu produto, mas é essencial que façamos a própria experiência. O segundo aspecto é que eles atribuem à Filosofia uma especificidade que só ela tem: a de produzir conceitos.


O leitor possivelmente pensará: mas o conceito não é exclusivo da filosofia; e os conceitos produzidos pelas diversas ciências? E aí está o ponto. O que Deleuze e Guattari denominam por conceito não é aquilo que comumente chamamos de conceito, na ciência, por exemplo. Em geral, tomamos conceito por noção, definição, representação mental. A definição é algo que resolve uma pergunta e, com isso, paralisa o pensamento. Explico: penso, a partir de um problema que tento resolver, de uma pergunta para a qual busco resposta. Se encontro a resposta, cessa o movimento. A definição responde à pergunta. Para Deleuze e Guattari, a Filosofia é um exercício de pensamento que não cessa, que não paralisa. É um tipo de pensamento que se articula em torno do problemático, em torno de problemas que não se resolvem de forma direta, imediata e definitiva. O conceito, para eles, não é uma definição.


Em obras como Diferença e Repetição e Lógica do Sentido, publicadas em 1969, antes de sua produção em parceria com Guattari, Deleuze já estava preocupado em produzir uma Filosofia fora do eixo da representação, que domina o pensamento ocidental desde que Platão inventou uma maneira de pensar e produzir Filosofia. Assim, a noção de conceito que ele forja com Guattari anos depois nada tem a ver com representação mental e definição. Para eles o conceito é, ao mesmo tempo, um ato de pensamento e um produto do pensamento. O conceito é uma forma de equacionar o problema, que motiva a experiência filosófica, sem, no entanto, resolvê-lo ou eliminá-lo. A um só tempo, o conceito é resultado de uma experiência de pensamento e um motivador, um impulsionador de novas experiências de pensamento.

Para Deleuze e Guattari, o pensamento é essencialmente criativo; e há três potências de criação no pensamento: a Arte; a Ciência; a Filosofia. Cada uma delas é uma forma distinta de experimentar o pensamento e cada uma delas produz um resultado diferente para suas experiências. Aquilo que o cientista produz eles chamam de funções. O que é produzido pelo artista eles denominam perceptos e afectos. E chamam de conceitos aquilo que produz o filósofo. Assim, o que a Filosofia faz só ela faz. A Filosofia não pode ser substituída pela Arte ou pela Ciência, assim como não pode substituir nenhuma delas. Ao contrário, essas três potências de complementam e se alimentam entre si, umas fazendo com que as outras possam ser mais criativas.



Os quatro passos para a aula de Filosofia


Pois bem. Se tomarmos a Filosofia como sendo a arte de criar conceitos, como fica o seu ensino no nível da educação média?

Como já afirmei, assumir essa idéia de Filosofia implica conceber um ensino ativo, em que o estudante não fique condenado a simplesmente assimilar conteúdos, a decorar idéias e sistemas. Se a Filosofia consiste na experiência com o conceito, é importante que o jovem estudante tenha a oportunidade de fazer ele mesmo a experiência do pensamento e não apenas reproduzir, assim como seria importante que, numa aula de química, por exemplo, o estudante fizesse, ele próprio, a experiência no laboratório, não apenas tomando ciência do resultado no livro didático.


Mas, para que o estudante possa fazer ele mesmo a experiência, o professor de filosofia precisa dotá-lo das ferramentas para isso e mediar o processo. Penso que isso é possível quando organizamos o ensino de Filosofia em torno de quatro passos didáticos.


A primeira etapa é a sensibilização. Como já afirmei antes, só pensamos quando somos instigados a isso por problemas. Pensar é uma necessidade vital motivada pelos problemas; portanto, não basta que o professor apresente aos estudantes falsos problemas, problemas artificiais, inventados apenas para motivar o trabalho de sala de aula. Os problemas propostos devem ser vividos pelo aluno como problemas seus, que o mobilizem para fazer o movimento de pensamento. Para isso os estudantes precisam ser sensibilizados para os problemas, de modo a vivê-los como seus. Assim, a aula de Filosofia começa com o recurso ao não-filosófico, a instrumentos que possam despertar nos jovens o interesse por aquele assunto, por um determinado tema.


Nessa etapa de sensibilização, penso ser muito produtivo o recurso a filmes, a músicas, a contos, a poemas, a programas de televisão. O professor pode passar um filme ou um trecho de um filme que coloque em questão a temática a ser abordada, discutindo em seguida de modo a mostrar a relação daquele tema com a vida dos estudantes. Ou pode fazer o mesmo usando um poema, uma música, algo que diga respeito ao universo cultural próprio dos estudantes.


Após a sensibilização, temos a etapa da problematização. Aqui, trata-se de transformar o tema em problema. O professor coloca em prática o sentido crítico e investigador da Filosofia, instigando os alunos a produzirem questões a partir do tema abordado. Quanto mais intensa e múltipla for essa problematização, mais elementos a classe e cada estudante terão para produzir sua própria experiência de pensamento.


A terceira etapa é a da investigação. Aqui o professor faz uso da história da Filosofia, recorrendo a filósofos que, em sua época e em seu contexto, pensaram sobre o tema que está sendo abordado. A história da Filosofia e os filósofos, tomados como ferramentas para compreender melhor aquele tema e o problema que está sendo investigado, ganham um sentido e um significado especial, não sendo apenas mais um conteúdo a ser decorado pelos estudantes.


A quarta etapa é a conceituação. Este último passo é o exercício da experiência filosófica propriamente dita. O estudante recria os conceitos estudados, refazendo ele mesmo o movimento de pensamento que levou à sua criação, desde o problema inicial. Ou, ainda, ele pode ser estimulado a criar um novo conceito, que ofereça uma outra forma de equacionar o problema enfrentado.


Talvez o leitor pense ser muita pretensão afirmar que estudantes do ensino médio tenham condições de criar seus próprios conceitos. A isso eu reagiria dizendo que muita pretensão é pensar que só os "grandes filósofos" puderam ser criadores. Criar um conceito não significa, apenas e necessariamente, criar uma obra-prima, que atravessará os séculos. O jovem estudante pode criar um conceito que diga respeito apenas à sua experiência pessoal, que não adquira maior sentido fora e para além de sua própria experiência. Mas isso não obscurece o fato de ele ter sido capaz, de haver ele mesmo feito a experiência de pensamento.


Saber compor música ou tocar um instrumento não fazem de mim, necessariamente, um músico de sucesso. Mas, mesmo que eu toque apenas na solidão de minha casa, isso não me tira o prazer e o aprendizado de fazer a experiência musical. O mesmo se passa, penso, com a experiência do pensamento filosófico, que pode ser disponibilizada para nossos jovens estudantes.

É esse tipo de autonomia e liberdade de pensamento que penso que as aulas de Filosofia no ensino médio podem oportunizar aos jovens brasileiros, e que nenhuma outra disciplina o fará.




O que você precisa saber para ensinar filosofia


Para posicionar-se no contexto de um conhecimento que possui mais de dois milênios e meio de história, não ignorando essa história, mas também não se mantendo submisso a ela, há de se fazer com que o pensamento filosófico siga vivo e ativo. De acordo com o filósofo espanhol Fernando Savater, no epílogo de seu livro As Perguntas da Vida (Martins Fontes, 222 págs., R$ 36,30), o professor de filosofia deve ter em mente as quatro seguintes premissas.




 

 "Não existe ‘a’ filosofia, mas ‘as’ filosofias e, sobretudo, o filosofar (…)Há uma perspectiva filosófica em face da perspectiva científica ou artística, mas felizmente ela é multifacetada (…)"




2ª –

"O estudo da filosofia não é interessante porque a ela se dedicaram talentos extraordinários como Aristóteles ou Kant , mas esses talentos nos interessam porque se ocuparam dessas questões de amplo alcance que são tão importantes para nossa própria vida humana, racional e civilizada  (…)"




3ª –

"Até os melhores filósofos disseram absurdos notórios e cometeram erros graves. Quem mais se arrisca a pensar fora dos caminhos intelectualmente trilhados corre mais riscos de se equivocar, e digo isso como elogio e não como censura (…)"




4ª –

"Determinadas questões extremamente gerais aprender a perguntar bem também é aprender a desconfiar das respostas demasiado taxativas (…)"




Gilles Deleuze e Félix Guattari: um feliz encontro


O filósofo Gilles Deleuze (1925-1995) e o psicólogo e ativista social Félix Guattari (1930-1993) conheceram-se no final dos anos de 1960, no calor das agitações revolucionárias de 1968. Franceses, eles estabeleceram uma colaboração intelectual que resultou em uma produção marcada pela experiência de pensamento como uma libertação dos colonialismos intelectuais. Tomaram de maneira crítica as principais influências intelectuais na França dos anos de 1960: o marxismo, a psicanálise, o estruturalismo, para produzir uma obra nova e criativa, algumas vezes pensando com eles e, muitas vezes, contra eles. Juntos, Deleuze e Guattari escreveram: O Anti-Édipo – Capitalismo e Esquizofrenia (1972), Kafka – Por uma Literatura Menor (1975), Mil Platôs – Capitalismo e Esquizofrenia (1980), O Que é a Filosofia? (1991).


Deleuze foi professor de liceu e de várias universidades francesas, em especial da Universidade de Paris VIII – Vincennes. Estudou diversos filósofos, como Hume, Bergson, Espinosa e Nietzsche, sobre os quais escreveu obras importantes. Guattari foi diretor da Clínica de La Borde, onde exerceu práticas de análise institucional. Foi muito próximo de vários movimentos sociais e políticos de resistência e de transformação, em especial nos anos de 1960, 1970 e 1980, até sua morte.





O mestre Friedrich Nietzsche


Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) foi um dos mais emblemáticos filósofos do século XIX. Estudou filologia e muito jovem tornou-se professor da Universidade de Basiléia, na Suíça. Pela filologia aproximou-se da filosofia grega antiga, sendo uma de suas primeiras obras uma análise da importância da tragédia na cultura grega (O Nascimento da Tragédia, de 1872). Crítico da filosofia sistemática produzida na universidade e muito doente, afastou-se cedo do meio acadêmico. Sua produção intelectual é intensa até 1888, quando um colapso nervoso o deixou completamente incapaz de produzir até sua morte, mais de uma década depois. A obra de Nietzsche é marcada por uma crítica da exacerbação do racionalismo na modernidade, por uma afirmação da vida e da criação. Nietzsche foi importante influência para uma geração de filósofos franceses contemporâneos, como Deleuze, Foucault e Derrida, por exemplo. Desde meados dos anos de 1980, principalmente, sua obra tem sido intensa e extensamente estudada no Brasil e em vários outros países.





Leitura obrigatória

Quatro obras para enriquecer o seu repertório filosófico:


Uma Introdução ao Ensino da Filosofia

,
de Guillermo Obiols
(Unijuí, 150 págs., R$ 15)
Obiols foi professor de prática de ensino em Filosofia durante muitos anos na Universidade de Buenos Aires, formando várias gerações de professores para a educação básica da Argentina. Nesse livro, apresenta uma sólida reflexão, resultante desses vários anos de experiência, teorizando o ensino de Filosofia e buscando elaborar um modelo conceitual que possa ser utilizado pelos professores. Para isso, articula seus conhecimentos de Filosofia com a bibliografia contemporânea especializada nas áreas de Pedagogia e Didática.


Filosofia no Ensino Médio

,
de Sílvio Gallo e Walter Kohan
(Vozes, 208 págs., R$ 31,40)
Esta obra reúne uma série de textos de pesquisadores contemporâneos, brasileiros e estrangeiros, que investigam a temática do ensino da Filosofia na educação média. Oferece um amplo panorama, com abordagens sobre a história do ensino da Filosofia na educação média brasileira; sobre experiências estrangeiras com o ensino de Filosofia, na França e no Uruguai; e uma série de textos que, de diferentes perspectivas teóricas, interrogam os sentidos e as práticas de ensino de Filosofia no ensino médio brasileiro em nossos dias.


Explicando a Filosofia com Arte

,
de Charles Feitosa
(Ediouro, 200 págs., R$ 49,90)
Charles Feitosa produziu um livro didático a partir da afirmação de Deleuze de que a Filosofia pode ser "pop", como a música. Um belo livro em vários sentidos, tanto no cuidado da produção estética, repleto de imagens coloridas, plenamente articuladas com os assuntos, quanto em relação ao texto, a um só tempo simples e correto, sem maneirismos. Obra vencedora do Prêmio Jabuti 2005, na categoria livros didáticos.


Ética e Cidadania – Caminhos da Filosofia

,
de Sílvio Gallo
(Papirus, 112 págs., R$ 28)
Produção coletiva do Grupo de Estudos sobre Ensino de Filosofia sediado na Universidade Metodista de Piracicaba, vencedora do Prêmio Jabuti 1998, na categoria livros didáticos. Apresenta uma abordagem temática da Filosofia, com base em uma pesquisa feita com professores de Filosofia do interior do Estado de São Paulo, articulados em torno da ética e da cidadania como referenciais básicos. A obra oferece farto material de apoio aos textos, na forma de poemas, músicas e filmes que podem ser trabalhados como sensibilização para o tema ou como reforço ao trabalho conceitual. A partir da 11ª edição (2004) esse material de apoio foi revisado e atualizado.


Sílvio Gallo

é professor da Faculdade de Educação da Unicamp. Autor, dentre outros, de Deleuze & a Educação (Autêntica) e do livro didático Ética e Cidadania: Caminhos da Filosofia (Papirus). Pesquisador do tema do ensino de Filosofia, co-organizou as seguintes coletâneas: Filosofia no Ensino Médio (Vozes); Filosofia do Ensino de Filosofia (Vozes) e Ensino de Filosofia: Teoria e Prática (Unijuí).


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