NOTÍCIA
Mistérios e descobertas da infância Da perspectiva infantil, o mundo se configura, em boa medida, como um espaço repleto de mistérios. As relações entre os adultos, por exemplo, parecem nebulosas, uma vez que as motivações para certos comportamentos são desconhecidas por crianças (ou mesmo ocultas, […]
Publicado em 05/12/2012
Mistérios e descobertas da infância
Da perspectiva infantil, o mundo se configura, em boa medida, como um espaço repleto de mistérios. As relações entre os adultos, por exemplo, parecem nebulosas, uma vez que as motivações para certos comportamentos são desconhecidas por crianças (ou mesmo ocultas, propositalmente, delas). Por decorrência, o mundo também se apresenta, na infância, como um espaço de descobertas inesgotáveis. Junte-se a isso tudo um pouco de fantasia e de elementos da cultura japonesa, e chegaremos perto do universo representado em O que eu mais desejo (Japão, 2011, 128 min).
Na trama, escrita pelo diretor Hirokazu Koreeda, a separação provisória de um casal leva também ao distanciamento entre seus dois filhos. Koichi, de 12 anos, fica morando com a mãe e os avós. O caçula, Ryunosuke, passa a viver com o pai em outra cidade, ao norte. Muito ligados, os meninos procuram manter os laços; conversam por telefone sobre o que fazem na escola, com os amigos e em família. Embora seja um pouco mais capaz de entender o que está acontecendo, Koichi não deixa de ser criança – e, ao ouvir que milagres podem ser concedidos a quem presencia um encontro entre dois trens que seguem em rotas opostas, decide planejar uma forma de pedir o seu próprio milagre, a reconciliação dos pais.
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Os adultos são personagens secundários nessa história protagonizada por crianças e que busca se aproximar ao máximo da visão de mundo infantil. Não é, portanto, um filme que pretenda discorrer, em tom professoral, sobre aspectos comportamentais da infância. Seu convite ao espectador envolve um exercício para a percepção: a aventura fabular de Koichi, Ryunosuke e seus amigos em busca do encontro mágico entre dois trens ganha sentido à medida que o espectador consiga deixar de lado o olhar adulto para recuperar, mesmo que apenas por alguns instantes, a sensação de encarar o mundo como um lugar de mistérios e descobertas.
Um pouco de utopia para uma vida saudável |
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A cineasta Fernanda Heinz Figueiredo entrou na escola Te-Arte, de São Paulo, em 1975, aos 2 anos. Saiu ao completar 6, mas retornaria para matricular suas filhas e filmar o documentário Sementes do nosso quintal. Resultado de um trabalho de observação que durou quatro anos, o filme acompanha o cotidiano da escola, cujo método de ensino, desenvolvido por Thereza Pagani, privilegia o senso comunitário, o respeito mútuo, as artes e o meio ambiente. Como o fato de ter sido aluna da Te-Arte impactou a sua formação? Experiências como a da Te-Arte estão fadadas a um nicho alternativo? Quais os conceitos e as práticas da Te-Arte que podem servir de referência? |
+Agora em DVD
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