NOTÍCIA

Formação docente

Autor

Redacao

Publicado em 08/01/2013

O passo a passo da inclusão

O que as escolas e professores podem fazer para receber crianças com algum tipo de deficiência nas salas regulares de ensino

Gustavo Morita
Beatriz frequenta a EMEIF Carlos Drummond de Andrade, em Santo André (SP)

Perfil apropriado
“Existem bons profissionais com qualificação, comprometidos, e a formação que temos realizado mensalmente vem fortalecendo o lado pedagógico e, acredito, até a autoestima desses professores”, diz Iara de Moraes Gomes, articuladora de educação especial da rede municipal de Campina Grande (PB). “Um de nossos cuidados é não permitir que nas Salas de Recursos Multifuncionais estejam professores que não tenham o perfil apropriado, ou seja, professor que emocionalmente não está bem, professor que está vivendo o processo de aposentadoria, professor que não gosta de fazer o que faz, que não gosta de sua formação etc.”

Currículo
“A escola está ensinando geografia, história e ciências, um conteúdo muito mais atualizado em outras mídias do que no livro didático e na aula. A grande virada do professor seria, a partir do Plano de Aula de Direitos e Deveres, enfocar as áreas curriculares, mas dando a elas, além da abordagem acadêmica, um teor social mais abrangente, que tenha a ver com a cidadania. Isso está no bojo da inclusão”, afirma a pedagoga Maria Teresa Égler Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade da Faculdade de Educação da Unicamp. “Perde-se muito tempo na escola ensinando coisas que não contribuem para que a sociedade evolua,” diz.

Parcerias
O envolvimento de outras áreas do poder público é fundamental para a implementação da educação especial em todas as escolas da rede. Graças a um convênio da Fundação Santo André com o Centro de Atenção ao Desenvolvimento Educacional (Cade), as salas de recursos multifuncionais das unidades escolares de Santo André contam com a presença de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos. “Esses profissionais não atuam diariamente, mas fazem uma composição com o professor de AEE no atendimento aos alunos”, diz a gerente de educação especial, Fabiana Morgado Gomes. “Temos muito claro qual é o papel da escola na própria escola, não trazemos a saúde para ocupar esse espaço.”

Responsabilidade do professor
“Cabe à professora da turma a responsabilidade pela aprendizagem, até quando tem professor de apoio especializado. Ele não substitui a responsabilidade do professor regente em trabalhar com a aprendizagem”, diz Ielva Maria Costa de Lima Ribeiro, superintendente de Programas e Projetos da Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo (RJ). “O professor de apoio vai adaptar um recurso para que a criança com deficiência tenha acesso ao currículo, vai fazer o trabalho de orientação de mobilidade, ajudar essa criança a ir ao banheiro, auxiliar na higiene. O professor da turma é responsável por trabalhar com o desenvolvimento intelectual das crianças, uma abordagem pedagógica que garanta a todos esse desenvolvimento. Senão, cria exclusão na própria sala.”

Leia mais:
> Escolas da inclusão 


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