NOTÍCIA
Na era da sociedade da informação é preciso fazer valer a correta aplicação das novas tecnologias sem perder de vista os rumos de uma transformação social Em pleno século 21 ainda se observa que o ritmo da educação não acompanha o avanço da era da […]
Publicado em 27/03/2013
Na era da sociedade da informação é preciso fazer valer a correta aplicação das novas tecnologias sem perder de vista os rumos de uma transformação social
Em pleno século 21 ainda se observa que o ritmo da educação não acompanha o avanço da era da informação, deixando a transformação das novas metodologias aquém da inovação pela tecnologia. Entre os fatores responsáveis por essa crise está a possibilidade de os estudantes realizarem infinitas conexões e ter acesso incalculável a uma gama de informações antes dominadas apenas pelos educadores. A escola deve funcionar como instrumento da sociedade, conduzindo não só a aprendizagem do saber, mas também do saber comportar-se. Dessa forma, a educação não será mecanicamente reprodutivista e, sim, produtora, ocupando cada vez mais as questões sobre as carências da sociedade e ampliando responsabilidades para além do ensino acadêmico.
A estrutura organizacional do ensino no Brasil sempre privilegiou o domínio de conhecimentos e experiências profissionais como únicos requisitos para a docência. É preciso, além disso, ter consciência do impacto da nova revolução tecnológica sobre a produção e socialização do conhecimento e formação de profissionais. Com esse impacto, a produção e divulgação do conhecimento geraram a necessidade de estabelecer uma metodologia que priorize o diálogo entre educador e sociedade. O papel do professor é orientar as atividades de aprendizagem e ser o incentivador do desenvolvimento de seus alunos.
A escola é o campo de pesquisa para experiências democráticas e pluralistas, transformando os objetivos e as metas em ações mais apropriadas para a aprendizagem. A escola tem, portanto, de consolidar o projeto pedagógico e ao mesmo tempo interagir a favor da autonomia dentro do processo de socialização, tornando-se a autonomia um vínculo para estimular todo indivíduo na sociedade a novas parcerias, com a família e com os meios de comunicação.
Criar o novo não é tarefa para qualquer um e cabe ao educador assumir esse desafio. O ser humano gosta do conhecido, daquilo que já é. O desafio causa desconforto e a tarefa do educador é provocar, incomodar. O que já aconteceu serve como base e dá segurança para exercer o poder que é garantido, que foi conquistado de forma tão dura, porém prazerosa. Orientar esse poder da forma adequada compete ao educador.
O processo pedagógico estabelecido visa desenvolver competências relacionadas à prática profissional. Na análise de Philippe Perrenoud, “toda competência está ligada a uma prática social de certa complexidade. Não a um gesto dado, mas sim a um conjunto de gestos, posturas e palavras inscritos na prática que lhes confere sentidos e continuidade”.
Decorre disso a necessidade de identificar a posição exata em que o educando se encontra na sociedade e na sua vida pessoal para não idealizar e trabalhar com um suposto ser que não existe, o que fatalmente conduziria ao insucesso de aprendizagem. A percepção da pessoa a quem o professor atende é ponto de partida no traçado do caminho pedagógico mais adequado.
Conforme Phillipe Meirieu (1998), é necessária a compreensão do “triângulo pedagógico” para criar situações de aprendizagem sem deixar-se atrair por nenhum dos três polos: educando-saber-educador. Para isso é importante que o educador conheça seu papel e sua importância. O educador é também um cidadão inserido em seu meio social com ideias e conhecimentos já estruturados. Esses conhecimentos e experiências prévias podem e devem ser utilizados para criar novas situações interessantes. Tanto o educador quanto o educando apresentam experiências de vida, conhecimentos anteriores. Além disso, os sentimentos de ambos podem ser persuadidos adequadamente para melhorar esse processo.
O fim desejável é que aquele pedaço de novidade atinja um alvo preparado para captá-lo como tal. E isso também pertence ao professor. A mediação pedagógica nesse trabalho tem a intenção de intervir no processo de ensino e aprendizagem que visa a aprendizagem em busca do desenvolvimento do aluno nas interfaces da comunicação e educação.
Na sociedade do conhecimento a formação passa pelo aspecto prático e intelectual. Nessa sociedade, as ideias passam a ter grande importância. Hoje, estão se formando grupos de discussão pela internet, fóruns, etc., cujo objetivo é a construção de uma sociedade mais justa do ponto de vista econômico e social, para que as pessoas possam desfrutar uma vida digna. Além disso, as mudanças e as inovações tecnológicas ocorrem em um ritmo tão acelerado que, além dos fatores tradicionais de produção, como capital, terra e trabalho, é fundamental identificar e gerir inteligentemente o conhecimento das pessoas.
Enquanto a sociedade da informação revoluciona o mundo, a escola não pode se omitir e deve mostrar a distinção entre informação, que é da ordem do factual, e conhecimento, que é a informação interpretada e processada. O professor transmite informação ao aluno, que constrói o conhecimento interagindo no mundo. É nesse sentido que se deve lançar mão das novas tecnologias: para promover metodologias de aprendizagem mais dinâmicas, que contribuam na transmissão do conhecimento.