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Estagnação do ensino médio e crescimento da educação profissional dão o tom da política educacional, emperrando o avanço do nível superior Luciene Leszczynski Plano Nacional de Educação 2011-2020 (cujo projeto de lei ainda dorme no Congresso Nacional) prevê incluir 33% dos jovens brasileiros no ensino […]
Publicado em 22/04/2013
Estagnação do ensino médio e crescimento da educação profissional dão o tom da política educacional, emperrando o avanço do nível superior
Luciene Leszczynski
Plano Nacional de Educação 2011-2020 (cujo projeto de lei ainda dorme no Congresso Nacional) prevê incluir 33% dos jovens brasileiros no ensino superior até o final desta década. Além de estratégias para aumentar o número de mestres e doutores nas instituições, entre outras metas que impactam o setor, o documento se debruça sobre objetivos específicos para a melhoria do ensino básico e prevê a elevação da taxa de matrículas no nível médio para 85% da população de 15 a 17 anos, provendo melhorias para a qualidade do ensino básico como um todo.
Mas, ao que parece, é a meta de número 11, prevendo a duplicação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio, que tem pautado com mais intensidade as ações do governo federal. Para atender a forte demanda do mercado por mão de obra qualificada, é o ensino técnico e profissionalizante que tem ganhado maior incentivo e espaço no sistema educacional.
Vide o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), lançado no final de 2011 e que até hoje já criou 2,5 milhões de vagas (quase a metade dos 6,7 milhões de matrículas existentes no ensino superior). O aumento no volume de recursos destinados pelo governo à formação profissional corrobora a importância da política adotada – nos dois últimos anos o peso das despesas para essa etapa passou de 5% para 9% no orçamento do MEC.
Sem entrar no mérito dessa política para desenvolver a qualificação profissional, e com isso gerar melhores condições de emprego e renda para a população brasileira, o caminho escolhido para elevar a qualificação dos trabalhadores do país é perfumaria se considerado o enorme desafio residente na etapa anterior, que constitui o primeiro e fundamental degrau para elevar o nível educacional do Brasil como um todo. A discussão, portanto, mais uma vez chega ao patamar do projeto que está sendo construído para o desenvolvimento do país, priorizando a preparação de forças de trabalho em detrimento de uma formação de nível ainda mais elevado.