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Programa de financiamento federal cresce a passos largos, mas a fonte não será infinita Luciene Leszczynski O número de alunos que procura o financiamento estudantil para custear a faculdade não para de crescer. Nos últimos três anos, a quantidade de contratos de Fies assinados aumentou […]
Publicado em 22/08/2013
Programa de financiamento federal cresce a passos largos, mas a fonte não será infinita
Luciene Leszczynski
O número de alunos que procura o financiamento estudantil para custear a faculdade não para de crescer. Nos últimos três anos, a quantidade de contratos de Fies assinados aumentou mais de 10 vezes, chegando em 2013 a mais de 890 mil contratações do crédito. Só no primeiro semestre deste ano, 327 mil contratos foram firmados, correspondendo a quase 90% dos financiamentos liberados em 2012. O montante é reflexo das alterações nas regras do Fies promovidas desde 2010, indicando o contínuo esforço do governo para aperfeiçoar o sistema de financiamento.
Entre as últimas mudanças que tiveram grande impacto está a possibilidade de conceder o financiamento para pessoas com restrições cadastrais. O benefício está previsto em portaria do MEC de dezembro passado que, nesse caso, regulamenta o uso do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc) como opção à fiança da operação. O recente aumento na dotação orçamentária destinada ao Fies também contribui para ampliação do acesso. Conforme informação divulgada na coluna Três Poderes da revista Ensino Superior em março (edição nº 174), o governo destinou um crédito extra de R$ 1,6 bilhão para novos contratos, renovação e aditamentos do Fies em 2013.
O esforço das instituições de ensino superior em divulgar o crédito e auxiliar os alunos em sua contratação também é outro ingrediente para o aumento do bolo do financiamento. Além de contribuir com a flexibilização do acesso ao ensino superior, a adesão dos estudantes ao Fies garante às instituições particulares o pagamento em dia das mensalidades. Prova disso é a redução, pelo segundo ano consecutivo, do índice de inadimplência no setor.
Mas apesar do cenário positivo, a crescente fonte de recursos federais para bancar o crédito de longo prazo a juros baixos não será infinita. Segundo análises de especialistas do mercado financeiro, é preciso que as instituições busquem a diversificação das formas de recebimento, incluindo alternativas de crédito público ou privado e bolsas de estudos de outras entidades.