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Completamente distantes

Os dados educacionais de Melgaço (PA) e São Caetano do Sul (SP) estão em extremos opostos devido a fatores que se encontram fora de suas escolas

Publicado em 06/09/2013

por Redacao

O efeito do nível socioeconômico dos habitantes em resultados educacionais de uma região tem sido cada vez mais objeto de pesquisas. Essa relação pode ser deduzida ao se observar a recente divulgação do relatório do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Com o atlas do IDH em mãos, é possível compreender, por exemplo, o contexto existente para o município de Melgaço (Pará) ter alcançado média 3,6 no Ideb de 2011 (5º ano), enquanto São Caetano do Sul (São Paulo) obteve média 6,4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do mesmo período.
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Também é possível inferir por que os gráficos de fluxo escolar por faixa etária, ao lado, são tão díspares entre essas cidades. Em 2010, São Caetano tinha 91,22% das crianças entre 11e 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental, como é esperado. Já Melgaço tinha 35,83% de suas crianças nessa faixa etária na etapa correta. Não é à toa que, menos de um mês depois da divulgação do IDHM, a prefeitura de Melgaço tenha anunciado uma parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) para formação de professores.

O IDHM mostra que os dois municípios estão em situações opostas quando o assunto é a evolução de indicadores como saúde, renda, trabalho, saneamento e vulnerabilidade social: Melgaço tem uma população de 24.808 pessoas, e um IDHM muito baixo, o pior 2010 (0,418) do Brasil; já São Caetano do Sul, com 149.263 habitantes, possui o IDHM de 0,862, considerado muito alto e o melhor do país.

Em São Caetano do Sul, a renda per capita média cresceu 84,53% entre 1991 e 2010, de R$ 1.107,53 para R$ 2.043,74. No mesmo período, houve redução da extrema pobreza, que resulta da proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70 (valor corrigido em agosto de 2010). A medida saiu de 1,35% em 1991 para 0,09% em 2010. Ainda em 2010, água encanada, energia elétrica e coleta de lixo alcançavam 100% da população.

A situação em Melgaço, que fica na região da Ilha de Marajó, é bem diferente: no período entre 1991 e 2010, a renda per capita do município cresceu apenas 21,9%, de R$ 110,92 para R$ 135,21. A extrema pobreza, que era de 42,19% em 1991, cresceu para 48,70% em 2000 e caiu para 43,92% em 2010. Quanto às condições habitacionais, 21,93% da população contava com água encanada em domicílio e 64,06% tinha energia elétrica. A coleta de lixo só é medida para a população urbana, que corresponde a menos de 23% do total. Aproximadamente 77% dos habitantes vivem na zona rural.

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Redacao


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