NOTÍCIA
Ajudar o jovem a encontrar um título que atenda aos seus anseios, mas que o desafie e contribua para sua formação, é papel do professor
Clube do livro da EMEF Morro Grande (SP) |
Em um contexto de pouca valorização da leitura, como a escola pode contribuir para a formação de leitores no Brasil? Como superar seus desafios e formar leitores autônomos que gostem de ler? Ensinar algo tão grandioso é uma tarefa desafiadora, mas, talvez por isso mesmo, uma das mais fantásticas que existem.
Durante a adolescência, ajudar o aluno a encontrar o meio termo entre a leitura de best-sellers e de clássicos da literatura parece ser um dos maiores objetivos dos professores.
Veja abaixo o cenário da formação de leitores no ensino fundamental 2, seus desafios e exemplos de práticas.
Cenário
Essa é uma fase transitória carregada de mudanças e transformações no processo de maturação cerebral. “Geralmente, é aqui que surgem as consequências de não se ter aprendido princípios da sintaxe, regência verbal e tabuada”, diz a neurocientista Elvira Souza Lima. Ao mesmo tempo, os alunos não têm mais uma professora responsável por eles exercendo a função de guia. Quanto aos livros, o leitor juvenil sente-se atraído por best-sellers que abordam de sagas vampirescas a romances e aventuras. Seus amigos e a mídia também o empurram nessa direção. Como lidar se nem sempre os títulos comerciais possuem o mínimo de qualidade?
Desafio
Encontrar o meio-termo entre a leitura de best-sellers e a literatura de qualidade e, ao mesmo tempo, tratar o hábito de ler de forma espontânea. “O importante é desenvolver a prática e promover a avaliação sobre o que se está consumindo”, diz Zoara Failla, do Instituto Pró-Livro. “Acho muito bom que os jovens leiam esse tipo de texto, mesmo que muitas vezes o mundo adulto os desqualifique. Depois, é só consolidar esse interesse e oferecer os clássicos, para os quais os mais novos ainda não têm fôlego”, diz Gilda Carvalho, da Unesp.
Exemplos de prática
É preciso que os livros estejam à mão das crianças. Para isso, recomenda-se a visita sistemática semanal à biblioteca com o empréstimo de obras. Leitura compartilhada e saraus literários também aproximam autores e leitores. É fundamental que o professor possa ajudar o jovem a encontrar o melhor título para ele: que atenda aos seus anseios, mas que o desafie para um grau de dificuldade maior, contribuindo para sua formação. “Ao criar espaço para discutir os best-sellers, o professor pode aproveitar para fazer um contraponto com histórias da literatura nacional ou universal”, defende Volnei Canônica, do Instituto C&A. A ideia é mostrar que há uma gama de enredos com os mesmos temas.
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