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A educação pública argentina, em outros tempos vista como exemplar na América Latina,
passa por percalços e precarização, afastando a classe média local, em processo bastante conhecido dos brasileiros. De 2003 a 2014, as matrículas na escola primária (dos 6 aos 12 anos) caíram 11% no âmbito da educação pública, enquanto no mesmo período houve elevação de 25% nas escolas privadas nesta mesma etapa da educação, alertam Alieto Guadagni e Gisela Lima, do Centro de Estudos da Educação, da Universidade de Belgrano.
Segundo os pesquisadores,
nunca o país havia assistido a uma queda semelhante. No período imediatamente anterior, 1996-2003, as matrículas públicas haviam crescido mais do que nas escolas particulares (7% contra 6%).
Em artigo publicado no portal do
jornal Clarín, os pesquisadores creditam
parte do problema às frequentes disputas entre sindicatos e governo, que deixam os alunos sem aulas durante muitos dias, levando os pais a matriculá-los nas particulares. Mesmo com a baixa no número de alunos, o professorado cresceu 17% no mesmo período.
Um dos efeitos mais nefastos dos problemas é o baixo índice de estudantes que ingressam nas escolas primárias e concluem o ensino secundário, de 70% nas escolas privadas e apenas 30% nas escolas públicas. O artigo não menciona, mas presume-se que o índice se refira à conclusão na idade certa. Segundo a Unesco, outros 10 países da América Latina têm índices melhores de conclusão.
Autor
Redação revista Educação