
© Gustavo Morita
Internacional
Já o caso do professor universitário Weber Ursi, de São José dos Campos (SP), e de seus sócios (a esposa e mais um casal) teve início e desfecho diferentes. Como estudantes, ele e a mulher fizeram intercâmbio estudantil. Ela, depois, se tornaria executiva de empresas do ramo. “Vimos o impacto positivo que isso teve nas nossas vidas e sentimos que havia um vácuo em termos de oferta de escolas bilíngues em tempo integral”, relembra ele. Ao lado de um empresário de franquias de escolas de línguas e de sua mulher pedagoga, contrataram uma consultoria educacional e profissionais de São Paulo para elaborar o projeto pedagógico.
Nascia, assim, em 2004 a Esfera Escola Internacional, primeira voltada à educação infantil e em 2011 já oferecendo classes até o fundamental 2. Alguns anos depois de inaugurada, eles buscaram uma certificação da International Baccalaureate (IB), para sacramentar os valores da instituição: educação internacional, bilinguismo e a oferta de tempo integral.
Segundo Weber, o planejamento dos sócios visava trazer sócios- investidores para fazer o negócio crescer. “Mas quem nos procurou não se interessou, pois tínhamos apenas uma escola. Queriam uma marca com várias unidades e 4 mil, 5 mil alunos”, conta. Acabaram recebendo uma proposta do Grupo SEB, mas com a condição de que vendessem 100% do negócio.
Os sócios se reuniram, pensaram em tudo que precisariam para manter a escola como uma instituição de ponta e, ante os sinais de desaceleração da economia, resolveram vender. Mas lutaram para preservar o espírito da instituição. “Todas as nossas premissas, como projeto pedagógico e número de alunos por sala, foram mantidas”, conta. E a sócia Andréa, diretora pedagógica, ficou na escola. A empresa de intercâmbios da mulher de Weber também foi preservada como fornecedora.
No final, ele achou que foi a melhor solução. “No dia em que comunicamos os funcionários, na presença do dono da SEB, tive a mesma sensação de um pai que leva a filha ao altar. A gente sente, mas sabe que é o melhor para ela. Temos de pensar no futuro e na continuidade”, reflete.