Foto: Gustavo Morita
A automação chegou para ficar. Em alguns setores, não há mais volta: muitos empregos irão desaparecer porque as atividades passarão a ser realizadas por robôs. Ironicamente, neste ano a Bett Educar acontece ao lado da ExpoMafe, uma feira de equipamentos industriais. De um lado, as máquinas que prometem automatizar a indústria; do outro, soluções educacionais para que a nova geração seja capaz de criar e comandar soluções de inteligência artificial, ao invés de ser excluída do setor produtivo por ela.
As aulas de robótica e programação estão chegando com força nas escolas. Na Bett Educar 2017, há diversos estandes tradicionais oferecendo tanto a parte móvel (kits para montar robôs, circuitos etc.) quanto a virtual, por meio de startups dedicadas ao tema e palestras que mostram que se trata de um assunto estratégico. O Brasil já tem sua própria Olimpíada de Robótica e Olimpíada de Informática, além da tradicional Olimpíada Brasileira de Matemática. Tiago Jesus de Souza, especialista em tecnologia da informação, e Carlos Eduardo Ribeiro, professor universitário e coordenador de projetos, ambos com atuação ligada ao Centro Paula Souza, explicaram em palestra como o tema é trabalhado com alunos do ensino médio: há organização de grupos e competições para estimular os jovens e a entrar em contato com as linguagens e recursos didáticos que adotam em seu programa.
Abaixo, algumas tendências em termos de recursos e didática:
Programação em blocos e Java
Apesar da programação em blocos (Ardublock) ser uma tendência forte, já que pode ser adotada também por alunos do ensino fundamental, o ensino de programação em Java e a programação em C ainda são populares. Ou seja, a boa e velha programação linha a linha não deve sair de cena tão cedo.
Projetos interdisciplinares
Souza e Ribeiro lembram que boa parte do trabalho que realizam envolve engajamento interdisciplinar. “Os alunos correm para o professor de física e perguntam sobre circuitos. Mas o professor de física ainda não deu aquela aula, então conversamos”, conta Souza. A flexibilidade e o trabalho em equipe, segundo ele, são importantes. Outro ponto ressaltado é que é preciso ensinar os alunos sobre a elaborar projetos. É necessário indicar a linha de pesquisa, materiais e tecnologia utilizados na elaboração dos robôs, bem como a função dos mesmos.
Tipos de robôs
Os tipos mais comuns de robôs citados são aqueles carrinhos e braços robóticos. A dupla desenvolveu no Centro Paula Souza um projeto que envolvia tanques de guerra e batalhas virtuais. Entre os carrinhos, há projetos de sensores de linha, sensor de obstáculos e rally. “O importante é que aquele robô cumpra uma tarefa”, lembra Souza.
Autor
Redação revista Educação