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O ganho social da alfabetização se reflete diretamente sobre a qualidade de vida dos cidadãos. É o que mostram os números iniciais de um novo indicador que está sendo construído pelo economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, Ricardo Paes de Barros.
Partindo da premissa de que a alfabetização é pré-condição para garantia ao direito à educação e à aquisição de outras linguagens, PB, como é conhecido, cruzou dados do Censo Escolar e do Censo populacional do IBGE.
Aferiu que, na comparação entre alfabetizados e não alfabetizados na faixa dos 35 anos, os primeiros têm melhor percepção da própria saúde (67% deles, contra 56% do segundo grupo avaliam-na como boa), têm mais probabilidade de praticar esportes (45% a 21%) e menos de absenteísmo no trabalho (4% contra 6%). Têm, também, melhor planejamento familiar (1,7 filho contra 2,8) e seus filhos terminam o ensino médio com até um ano de atraso em maior proporção (69% a 38%). Os herdeiros dos alfabetizados têm mais chance de frequentar a creche e a pré-escola (63% e 82%, contra 54% e 74%). Os alfabetizados também têm mais chances de ter um emprego formal (71% a 45%) e de ganhar mais (R$ 55/hora, versus R$ 26/hora). No cômputo geral, os alfabetizados atingem 77% no nível de qualidade de vida, contra 43% dos não alfabetizados.