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Arte e Cultura

Mulheres, mulheres, mulheres

Há duas maneiras de olhar o Oscar de 2018: por um lado, um aparente reforço do protagonismo feminino; por outro, que tudo continua mais ou menos como antes

Publicado em 12/03/2018

por Sérgio Rizzo

Meryl Streep foi indicada ao Oscar pela 21ª vez (Crédito: Shutterstock)

Meryl Streep foi indicada ao Oscar pela 21ª vez (Crédito: Shutterstock)


Em relação a gênero, há duas maneiras bem distintas de olhar para a safra do Oscar-2018. Uma delas, a mais aparente para o grande público, reforça o protagonismo feminino. O prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA (SAG) destacou o momento ao selecionar exclusivamente mulheres para subir ao palco no anúncio dos vencedores (alguns homens participaram do evento ao apresentar filmes indicados nos quais trabalharam).
As produções de maior prestígio na temporada incluíram A forma da água, Três anúncios para um crime e The Post. Na primeira, uma faxineira muda (Sally Hawkins) move montanhas para salvar uma criatura anfíbia dos maus-tratos a que a submetem, e termina apaixonada por ela. Na segunda, uma mulher (Frances McDormand) enfrenta o preconceito e o machismo da pequena cidade onde vive ao brigar pela investigação do assassinato de sua filha.
Em The Post, a personagem é verídica: Katharine Graham (1917-2001), a herdeira do jornal The Washington Post. Com a morte do pai e do marido, ela assumiu a direção da empresa (que publicava também a revista Newsweek e era sócia do The New York Times no diário europeu The International Herald Tribune).
Ninguém acreditava que Katharine fosse capaz de manter o negócio da família. Mas, como a interpretação de Meryl Streep no filme procura demonstrar, ela buscou energia na desconfiança machista para fazer do jornal uma referência de jornalismo no século 20, em virtude das coberturas dos “Papéis do Pentágono” (recriada em The Post) e do escândalo Watergate. Hoje, The Washington Post pertence a Jeff Bezos, o bilionário do império Amazon.
A outra maneira de olhar para o Oscar-2018 revela que tudo continua mais ou menos como antes. Dos nove indicados para o prêmio de melhor filme, apenas um foi dirigido por uma mulher (Greta Gerwig, por Lady Bird). Dos 30 produtores indicados no conjunto pelo mesmo prêmio, oito eram mulheres. Greta foi a intrusa feminina entre os cinco diretores que disputaram o prêmio da categoria. E, dos 16 concorrentes nas duas categorias de roteiro, apenas quatro eram mulheres – Greta, mais uma vez, marcando presença entre elas.

Autor

Sérgio Rizzo


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