NOTÍCIA
Com as novas formas de linguagem criadas com o avanço tecnológico, tema do livro de 1958 é cada vez mais atual e merece atenção
Publicado em 29/09/2018
Seria possível aumentar a inteligência de um ser humano? O americano Daniel Keyes (1927-2014) fez essa pergunta a si mesmo, pela primeira vez, na adolescência. Mais tarde, quando trabalhava como professor de inglês, um de seus alunos, de uma turma com necessidades especiais, quis saber se, caso se esforçasse e se tornasse “inteligente”, poderia ser transferido para uma classe regular, ou seja,“ser promovido”.Essa e outras situações semelhantes, testemunhadas por ele entre alunos com necessidades especiais, o levaram a escrever, em 1958, um conto sobre o tema, publicado no ano seguinte. A boa repercussão fez com que Keyes decidisse ampliá-lo na forma de um romance epistolar, Flores para Algernon, publicado nos EUA em 1966 e, desde então, habitual frequentador das listas de livros adotados em escolas dos EUA.
A nova edição brasileira desse pequeno clássico (Aleph, 288 págs., tradução de Luisa Geisler) permite constatar a sua impressionante atualidade, agora que a “era da informação” e o impacto da tecnologia no cotidiano de crianças, jovens e adultos obriga a discussão sobre aprendizagem a utilizar novos referenciais. A distinção entre informação e conhecimento, por exemplo, talvez ainda não esteja clara para muita gente.
O Algernon do título é um rato de laboratório submetido a uma cirurgia experimental que procura torná-lo mais inteligente. Um ser humano, Charlie, 32 anos, passa pelo mesmo procedimento. No livro, acompanhamos os seus “relatórios de progresso”, tendo acesso aos labirintos da sua mente que governam, entre outros aspectos, o uso das ferramentas de linguagem.
Leia também:
http://www.revistaeducacao.com.br/criticaencaminhamento-dabncc/