NOTÍCIA
Diálogo de uma orientação educacional em que o pai de um aluno insiste que seu filho está certo, mesmo com provas - ou fatos mostrando o contrário
Publicado em 08/12/2019
– Bom dia, senhor Gabriel, sente-se, por favor.
– Obrigado.
– Convidei-o para conversar a respeito de uma situação delicada que envolve seu filho Marcelo. Ele lhe contou o ocorrido?
– Contou. Disse-me a versão dele. E como o senhor deve saber, um fato pode ter muitas versões. Há a versão dele, há a da menina envolvida e há a do senhor.
– Não entendo. O que quer dizer com isso?
Leia: Na sala de aula
– Quero dizer que a versão dele pode ser diferente das de vocês.
– Veja, eu, particularmente, não tenho versão alguma. Tenho apenas um fato para tratar, uma orientação para fazer e, infelizmente, uma sanção para aplicar.
– Então, mas se a versão dele é diferente, talvez não haja orientação para fazer nem sanção para aplicar.
– E qual é a versão dele?
– Ele disse que estava caminhando para a sala de aula e a colega de classe, Adriana, passou apressada por ele, tropeçou nos pés dele e caiu. Ele disse que não teve intenção nenhuma de derrubá-la.
– Pelo visto, Marcelo não tem uma nova versão, ele tem um fato novo, não é verdade?
– Como assim?
– O fato é que ele impulsionou as pontas dos pés até o calcanhar da colega, derrubando-a no corredor da escola.
– Essa é a versão dela e a do senhor.
– Desculpe-me, mas esse é o fato ou, para usar uma expressão do senhor, essa é a versão da colega que caiu, da amiga que a ajudou, dos colegas que presenciaram a cena e também a versão das câmeras de circuito interno instaladas no corredor. O senhor gostaria de ver?
– Sim, quero.
Assista: O exemplo de Sobral na relação diretor, coordenador e professor
O politicamente correto na formação das crianças
Estados que adotam ensino médio integral revelam bons resultados