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Diretora de relacionamento da Conexia, Erika Lino acredita na transformação digital como potencializadora da aprendizagem principalmente para estimular os estudantes
Diversos especialistas concordam que uma transformação digital eficaz nas escolas reflete também em uma mudança cultural dos membros escolares, o que inclui, principalmente, professores e famílias. Erika Lino, diretora de relacionamento da Conexia Educação, rede composta por mais de 400 escolas e 150 mil alunos de diversas regiões do país, concorda com essa percepção, e acrescenta que é preciso estar de olho também nas dificuldades de operação, uma vez que, por exemplo, educadores passam a ter que manusear diferentes ferramentas.
Com a pandemia, é fato que essa transformação se intensificou. “O que antes era visto como tendência virou necessidade”, lembra Lino sobre os recursos digitais que possibilitam aulas síncronas e assíncronas, bem como a aplicação do ensino híbrido. A diretora da Conexia afirma que as escolas da rede antes mesmo da pandemia já estavam familiarizadas com recursos digitais e o que foi e está sendo feito é uma ampliação das ferramentas com foco, principalmente, em integrar as soluções para facilitar o acesso entre professores e alunos.
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Para a educação híbrida, a Conexia possui uma plataforma integrada e que oferece trilha de aprendizagem aos meninos e meninas. “Não temos o digital como complemento, temos o digital integrado. O impresso é complemento e não o contrário”, afirma, que completa: “não acredito que vamos voltar a um mundo muito diferente pós-pandemia. Porque ficou claro que o aluno é nativo digital. Quando a gente coloca conteúdo dentro de seu smartphone ele é motivado, facilita, tem a linguagem dele porque tudo na vida dele está no celular”.
Sobre metodologias ativas, a diretora de relacionamento critica que o mercado concorrente costuma digitalizar o conteúdo, no caso, pegar material do livro, fazer PDF e colocar na plataforma. “Na Conexia não é assim. Temos, efetivamente, atividades integradas e ativas no smartphone. No meio da aula uma atividade é jogada para dentro do smatrphone do aluno para instigar à reflexão. Isso traz interatividade para a aula”, explica. A rede também possui parceria com o Zoom que possibilita dentro de sua plataforma videochamadas com subgrupos e oferece ainda uma documentação com informações dos estudantes que estavam presentes.
Uma prática que surgiu na pandemia e que Erika Lino afirma que vai perdurar são as resoluções de atividades por videochamadas. Antes o aluno precisava esperar o dia do plantão presencial para tirar sua dúvida, mas até chegar a data a questão às vezes era esquecida. “Aí você vai dizer que ele poderia se aprofundar no YouTube, mas como ele filtra qual o melhor conteúdo e qual o correto? Além disso, sabemos que uma plataforma aberta tira o foco do estudante.”
Defensora do universo digital, a diretora sabe que educação inovadora não está estritamente relacionada ao uso da tecnologia, uma vez que recursos tecnológicos são um meio para a construção da jornada de aprendizagem. “Inovação vem por meio da tecnologia, mas não é só isso. Metodologias de ensino e as propostas pedagógicas também precisam ser inovadoras e renovadoras”, diz.
A saber, nesse período de isolamento social, as formações e encontros online conseguiram apoiar e escutar os educadores da rede. Há reuniões com escolas de diversas regiões do país em que os participantes relatam suas experiências e acabam fazendo trocas pedagógicas. Para exemplificar, foi promovido um encontro online entre escolas sobre alfabetização e letramento, em que professores falaram como estavam conduzindo as aulas e apresentaram técnicas para dar continuidade.
A Conexia é uma das patrocinadoras da 2ª Jornada Bett Online (um dos principais eventos educacionais do país), que ocorre de 11 a 14 de maio, com a participação de mais de 30 palestrantes e oficineiros. Este ano a rede leva para a Jornada seu lançamento voltado ao Novo Ensino Médio e adequado à BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Também está destacando sua solução de educação socioemocional 100% digital e com trilha para o professor, uma vez que a pandemia pede ainda mais atenção à formação integral. Essa trilha, chamada de My Life, segundo Lino, respeita a autonomia e criatividade do professor.
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