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Gestão

“O conceito de aprender mudou”, diz diretora de educação da Microsoft

Vera Cabral fala sobre como a pandemia vem intensificando transformações na área educacional, defende a importância do ensino híbrido abraçado às metodologias ativas e a necessidade de as escolas adotarem ferramentas personalizadas que identifiquem lacunas de aprendizagem

Publicado em 17/05/2021

por Redação revista Educação

É momento de redesenhar os processos de ensino e aprendizagem. “O conceito de aprender mudou. Pensar em trabalhar por desenvolvimento de competências e habilidades é mais real que há um ano atrás, porque ficou mais fácil pensar isso e mais óbvio dentro do contexto que estamos vivendo”, afirma Vera Cabral, diretora de educação da Microsoft Brasil.

O contexto afirmado por Cabral é o da pandemia, que intensificou entre educadores experiências em relação à modalidade híbrida (ou uma parte dela) e às tão faladas metodologias ativas, como a sala de aula invertida. “Claro que estamos tendo perdas, mas há ganhos. Por exemplo, não é para ser só remoto ou presencial, é para ser combinado, pois é na mistura que está o grande ganho e o aluno ainda desenvolve autonomia em relação ao seu processo de aprendizagem”, acredita.

Leia: Do low ao high tech: como alavancar a aprendizagem

Personalização da aprendizagem

Vera Cabral, que já foi diretora executiva da Abrelivros (Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional), também nota que com a pandemia, até as pessoas mais conservadoras passaram a reconhecer alguns benefícios advindos da tecnologia digital. Na educação, um dos pontos centrais dessa mudança de comportamento está na personalização da aprendizagem. A diretora da Microsoft alerta que diante de tantos recursos, o professor não pode, por exemplo, esperar meses, por meio de uma prova, para descobrir se o aluno está compreendendo o conteúdo.

“As ferramentas que hoje temos permitem identificar problemas de aprendizagem de imediato e o processo pode ser contínuo, não tem que descobrir só no final do bimestre.”

Se a missão do professor é que todos aprendam, com a personalização, há a possibilidade de avaliações formativas, que dão resultados imediatos, no caso, ao final de cada aula é possível fazer uma avaliação curta e a ferramenta já detecta se há estudante com dificuldade e indica ainda soluções, possibilidades de tarefas a mais (espécie de reforço) para grupos específicos e mesmo para alunos de forma individual. “30% da classe reprovada no final do ano, hoje em dia, não é mais aceitável. Temos capacidade de fazer que todo mundo aprenda. Temos obrigação de incluir todos”, afirma Vera Cabral.

Microsoft educação

Vera Cabral é mestre em teoria Econômica pela USP (foto: divulgação)

Compromisso com a inclusão

Há 32 anos no Brasil, em relação à educação, a Microsoft se apresenta como preocupada com a inclusão. Cabral destaca que todas as ferramentas da empresa, por exemplo, as de leitura, são acessíveis para pessoas com deficiência visual, auditiva, com dislexia e outras dificuldades.

Para a educação básica, a marca oferece uma gama de recursos que passa pelo processo de gestão, armazenamento em nuvem com recursos de inteligência artificial até ferramentais para a sala de aula que facilitem a aplicação de metodologias ativas, engajamento e colaboração. “Enxergamos o aluno não como número, mas como uma pessoa que tem seu processo de aprendizagem”, explica.

Leia: Ausência do MEC prejudica educação do país, critica secretário do ES

2ª Jornada Bett Online

A marca esteve presente nos quatro dias da 2ª Jornada Bett Online, que aconteceu de 11 a 14 de maio. Vera Cabral resume o que a Microsoft levou para esse evento, que é um dos principais voltados à educação do país:

Painel Reimaginando a educação: lições aprendidas e um olhar para o futuro

12/05/2021

Palestrantes: Anthony Salcito, Vera Cabral, Raniere Candido e Silvia Scuracchio.

Refletiu casos de duas escolas que trabalham modelo híbrido e que já avançaram e conseguiram passar dessa estrutura de classe para trabalhar em um modelo híbrido nos dois conceitos, remoto com presencial e de usar ensino hibrido como base.

Painel Educação presencial e remota: novas possibilidades

12/05/2021

Palestrantes: Fabíola Giglio, Fernando Puertas e Andrea Barreto

Foi uma jornada de como seria um dia de um professor trabalhando dentro da plataforma Teams para planejar a aula e atuar. O objetivo foi mostrar como usar os recursos, mesmo na modalidade presencial. “Teams é ferramenta também como apoio ao presencial”, reforça a diretora de educação da Microsoft.

Painel O estudante de hoje e o profissional do futuro

13/05/2021

Palestrantes: Fernando Cruz e Ricardo Terra

Mostrou as possibilidades de atuar com o conceito de desenvolvimento integral também olhando o futuro profissional do estudante. Foi apresentado o Career Coah, um aplicativo do Microsoft Teams desenvolvido pelo LinkedIn que identifica funções e habilidades profissionais dos alunos de forma personalizada (é possível adquirir e testar a ferramenta por meio de uma avaliação gratuita de 30 dias). O Career pode fazer parte do projeto de vida,  dialogando assim com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e com o Novo Ensino Médio, sendo uma base para o jovem identificar o que pensa para si no futuro. “Essa ferramenta dá clareza de que o aluno precisa correr atrás, por exemplo, ao mostrar para ele as habilidades requeridas em determinadas profissões. Não é fazer vinculação da educação ao mercado de trabalho, mas dar orientações para o jovem se desenvolver naquilo que se interessa”, detalha Vera Cabral.

Painel Gestão da inovação – um caso inspirador de transformação

14/05/2021

Palestrantes: Vera Cabral, Lucia Dellagnelo e José Alberto da Silva

Foi reforçado que o processo de transformação demanda planejamento, liderança – tem que ser intencional. Lucia Dellagnelo, do Cieb (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) apresentou alguns modelos já desenhados e com base em pesquisa dos EUA que pensa em gestão de inovação em escolas da rede pública.

Leia também:

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Autor

Redação revista Educação


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