ARTIGO

Olhar pedagógico

Alunos não devem ser vistos como uma massa homogênea, diz neurocientista

Neurocientista Fabiano de Abreu defende uma educação individual que respeite as particularidades de cada um. Para ele a hora é de mudança

Publicado em 09/07/2021

por Redação revista Educação

A educação é fundamental para a formação intelectual, social e profissional do ser humano. Com base nisso, “o processo de aprendizagem deve considerar as particularidades e a inteligência de uma forma individual, única”, argumenta o especialista em psicopedagogia, Ph.D., neurocientista, neuropsicólogo e biólogo Fabiano de Abreu. Para ele, que defende uma educação focada no individual, a educação está defasada, seja ela a dos pais, seja ela do governo ou das instituições particulares. “Temos que educar as crianças como persona, como indivíduo único.”

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O neurocientista propõe métodos pedagógicos mais inclusivos que acolham e respeitem as diferenças, personalidade, deficiência, facilidades e potencialidades de cada um, destacando que “aplicando o mecanismo correto se consegue levar ao aluno o conhecimento, habilidades e competência que se encaixam em seu intelecto”. Fabiano de Abreu, inclusive, orienta aos pais, testes de inteligência, “não apenas para medir o QI, mas para revelar aptidões e quais profissões a inteligência daquele aluno poderia fazê-lo se sair melhor”.

As pessoas são diversas

De acordo com Abreu, a educação não é plural e sim individual, baseada no potencial tecnológico. “Os alunos devem deixar de ser vistos como um todo, como uma massa homogênea que se comporta e pensa da mesma forma. A hora é de mudança.”

“O estudante deve ser visto nas suas particularidades, deve ser motivado a desenvolver as suas capacidades, as áreas de seu interesse e onde é particularmente notável. O ensino deve ser feito com ritmo próprio explorando o melhor de cada um e entendendo as suas dificuldades. Todos têm um papel nesta alteração, desde os pais aos professores, passando pelas instâncias governativas”, ressalta.

Além disso, o neurocientista salienta que o desenvolvimento passa por uma capacidade ampla de pensar, encontrar soluções e produzir. “A nossa sociedade seria muito mais avançada e faria face a muitas problemáticas se tivéssemos mentes a pensar de forma diferenciada. A formatação não traz nada de positivo, a formatação não traz inovação.” Segundo ele, o indivíduo deve ser tratado exatamente assim, de forma especial por ser único.

“Estamos na era da rede social, do usuário, onde todos têm uma conta pessoal, é semântico, o olhar tem que ser neste perfil, mas como pessoa fora das telas.”

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neurocientista alunos

Neurocientista sobre alunos e escola: a hora é de mudança (foto: divulgação)

Teia Multicultural

E dentro do conceito de uma educação individual, Fabiano de Abreu valida o método pedagógico da Teia Multicultural, escola em Perdizes, zona oeste de São Paulo, que pratica o ensino lúdico, dinâmico e prazeroso para conduzir, assim sendo, o processo de aprendizagem aos alunos do ensino fundamental e médio de forma individual e aceitou o convite para ser coordenador do Grupo de Habilidades Socioemocionais/Inteligências onde poderá também trabalhar alguns de seus conceitos e descobertas na escola.

A escola investe em uma pedagogia inovadora que tem as artes, o autoconhecimento e a criatividade como eixos centrais. O processo de aprendizagem, por exemplo, é horizontal, sendo que alunos e professores constroem juntos os projetos interdisciplinares com todas as áreas comuns da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aliadas à yoga, música, artes plásticas, dança, moda, design, empreendedorismo, entre outros.

Explorando o mundo e a si mesmo

Em resumo, a Teia Multicultural tem como eixo condutor o autoconhecimento e trabalha com diferentes inteligências e potencialidades para desenvolvimento social, emocional e cognitivo individualizado dos estudantes. Além disso, tem uma linha humanista que visa explorar o lado criativo dos alunos, bem como estimulá-los a se descobrirem suas potencialidades, priorizando as áreas do conhecimento que fortalecem as relações e os valores humanos, que desenvolvem a criatividade, a resiliência, a força de vontade, a colaboração e outras competências.

Fabiano de Abreu sublinha que a escola aplica conceitos de inteligência nos processos de aprendizagem, trabalhando o aluno de forma individual. Como exemplo ele cita as mentorias individuais que orientam o estudante a desenvolver as próprias ideias em relação ao empreendedorismo.

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Autor

Redação revista Educação


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