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Opinião

As avaliações escolares como um dos pilares para fortalecer o aprendizado pós-pandemia

Por Rosana Fernandes e Thiago Bento: O retorno às aulas presenciais, depois de um longo período de ensino a distância por conta da Covid-19, está trazendo desafios bastante complexos para os professores. Os obstáculos vão desde níveis de aprendizado discrepantes dentro de uma mesma sala […]

Por Rosana Fernandes e Thiago Bento: O retorno às aulas presenciais, depois de um longo período de ensino a distância por conta da Covid-19, está trazendo desafios bastante complexos para os professores. Os obstáculos vão desde níveis de aprendizado discrepantes dentro de uma mesma sala de aula, passando por turmas inteiras com aprendizado abaixo do esperado, chegando até mesmo ao abandono escolar, que cresceu 171%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação – MEC (2021) com mais de três milhões de alunos das redes pública e privada traz números preocupantes: estudantes do Ensino Médio acertam apenas 27% das questões de Matemática básica. No caso de Língua Portuguesa, o percentual de acertos é de 57% das questões. Entretanto, nas questões que buscam saber se os jovens diferenciam fato de opinião, o nível de acerto foi de apenas 50%.

avaliações
Foto: divulgação

Temos de admitir que estamos passando por um período dramático, mas, em contrapartida, o que não pode ser admitido é que deixemos uma geração inteira para trás. Resgatar esses estudantes tem de se tornar o nosso principal compromisso.

Uma das primeiras iniciativas do MEC, lançada em maio de 2022, é a Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens da Educação Básica, que tem por objetivos elevar a frequência escolar, reduzir os índices de evasão, desenvolver estratégias de ensino e aprendizagem, diminuir a distorção idade-série, promover ações para a recuperação das aprendizagens e incentivar a formação pedagógica para o uso de conteúdos digitais, entre outros.

De fato, há uma série de medidas que o poder público, em parceria com a comunidade escolar, pode tomar. No entanto, é primordial compreender o terreno que os profissionais da Educação estão desbravando nas aulas presenciais, e nisso somente as avaliações podem nos ajudar. 

Nesse ponto, temos que ressaltar a importância de combinar as avaliações padronizadas aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) –, que, por sua vez, têm o poder de analisar redes de ensino, mas não avaliam os alunos individualmente – com as avaliações escolares, estas, sim, essenciais para identificar o nível de aprendizado de cada estudante.

Para se somar às avaliações nacionais e internacionais, como Saeb e Pisa, o Brasil oficializou, em junho de 2022, sua adesão ao Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciência (TIMSS – sigla em inglês para Trends In International Mathematics and Science Study), exame que avalia a proficiência dos estudantes do 4º e do 8º anos do Ensino Fundamental nesses dois componentes, que ocorrerá já em 2023.

Entendemos que as avaliações são como uma bússola que mostra tanto às Secretarias de Educação como aos professores quais caminhos percorrer para atender aos diferentes níveis de aprendizagem. Afinal, abraçar as diferenças, ofertando conteúdos específicos para aqueles que precisam de mais preparo, é dar oportunidades iguais para que todos obtenham êxito não só escolar, mas também em toda a sua vida social.

Instrumentos e soluções práticas

Buscar ferramentas e conteúdos que otimizem o trabalho dos docentes é a chave que vai dar a partida no trabalho de recuperação da Educação. Por isso, é preciso estar atento a tudo que está disponível para o corpo docente.

Por exemplo, um forte aliado nessa tarefa árdua é o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Desde a última edição específica para o Ensino Médio, os professores também vêm podendo escolher livros de formação continuada. Já neste ano, no programa voltado para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, além dos livros didáticos, das obras de literatura e dos recursos digitais, os docentes contarão com mais dois tipos de materiais que poderão ser utilizados para alavancar o processo de ensino-aprendizagem. São eles os livros de práticas e acompanhamento da aprendizagem, compostos de exercícios e atividades que viabilizarão monitorar o aprendizado dos estudantes – servindo, ainda, como reforço dos temas que não ficaram bem fixados –, e os livros de formação pedagógica focados em avaliação, que darão subsídios práticos para a elaboração e a aplicação de avaliações diagnósticas, formativas, de processos ou de resultados. Outro suporte a que os profissionais da Educação podem recorrer são cursos gratuitos de formação continuada. Órgãos públicos, como o MEC, oferecem vários deles, bem como entidades especializadas em Educação Básica, que podem entregar diversos conteúdos proveitosos. Para finalizar este artigo, indicamos o curso “Avaliação a serviço das aprendizagens”, desenvolvido pela Editora do Brasil, que é voltado para os docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com as vantagens de estar gravado e disponível online. Com duração de 60 horas e certificação, ele está organizado em oito módulos que se desdobram em reflexões críticas e, também, em práticas, como planejar aulas utilizando os resultados das avaliações. Para quem se interessar, o curso está disponível na plataforma Educa Brasil: https://educa-brasil.com/.

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Autor

Apresentado por Editora do Brasil


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