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5 coisas que você precisa saber sobre a BNCC da Computação

Recentemente foi aprovado o parecer que define normas sobre o ensino de computação na educação básica. Agora cabe aos estados, municípios e ao Distrito Federal iniciar a implementação dessa nova diretriz em até um ano.  O Ministério da Educação homologou o parecer CNE/CEB 2/2022, que […]

Publicado em 14/11/2022

por Débora Garofalo

Recentemente foi aprovado o parecer que define normas sobre o ensino de computação na educação básica. Agora cabe aos estados, municípios e ao Distrito Federal iniciar a implementação dessa nova diretriz em até um ano. 

O Ministério da Educação homologou o parecer CNE/CEB 2/2022, que aborda a resolução e institui normas que definem o ensino de computação na educação básica de todo o nosso país. Anteriormente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já trazia o uso das tecnologias como uma das 10 competências de ensino e o seu uso evidente junto a inclusão digital dos estudantes. Agora define normas sobre o ensino de computação na educação básica em complemento ao documento da BNCC que já conhecemos. 

O normativo ainda aborda que caberá ao Ministério da Educação definir políticas para a formação docente, apoio ao desenvolvimento de currículos e de recursos didáticos compatíveis com as competências e habilidades, além da definição de uma política de avaliação que necessita ser diferente da tradicional e o assessoramento aos sistemas e redes de ensino para implementação e continuidade do processo de ensino e aprendizagem. 

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Leia: As diversas linguagens para a educação

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O ensino do pensamento computacional permite explorar vivências e experiências movidas pela ludicidade por meio da interação com os seus pares, além de uma aprendizagem ativa e significativa. Dentro desta perspectiva, para cada etapa de ensino as unidades escolares devem atender algumas premissas: por exemplo, na educação infantil criar e testar algoritmos brincando com objetos relacionados ao conhecimento do eu e do corpo de maneira individual e em grupo. 

Já no ensino fundamental, destaque para o aprendizado de compreender a computação como uma área de conhecimento que contribui para explicar o mundo atual e o estudante como um agente ativo deste mundo, ao gerar criticidade e impactos sociais, ambientais, culturais, econômicos, científicos, tecnológicos e éticos. 

No ensino médio o aprendizado está focado no desenvolvimento de projetos para investigar desafios do mundo contemporâneo, construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis, articulando conceitos, experiências, procedimentos e linguagens próprias da computação de maneira colaborativa. 

Desta maneira, separamos cinco coisas que você precisa conhecer sobre o ensino do pensamento computacional para se preparar a essa nova forma de ensinar e aprender. 

1 – Desmitificando o ensino do pensamento computacional

É preciso desmitificar que o ensino do pensamento computacional seja totalmente relacionado com códigos e computadores – apesar de ser aplicado à programação, o termo refere-se à mentalidade para resoluções de problemas, dialogando com o pensamento matemático. 

Essa mentalidade está relacionada diretamente ao pensamento crítico que promove o discernimento e no pensamento lógico que possibilita a busca de estratégias para replicação do conhecimento. Assim, as atividades devem estar relacionadas à organização de desafios, identificar padrões e definir ordens para execução de um problema. 

O pensamento computacional não tem uma relação intrínseca com o modo como o computador pensa, pelo contrário, podemos desenvolver o pensamento computacional em atividades diárias, exemplo: fazer uma receita de bolo, uma atividade mão na massa que envolva marcenaria, costura, bordado, entre outros. 

2 – Pilares do pensamento computacional

O pensamento computacional está ancorado em quatro pilares sólidos, que proporciona o desenvolvimento da lógica computacional por meio do trabalho por habilidades e competências. Abaixo um resumo desses pilares:

Decomposição: etapa para dividir o problema em partes menores, para favorecer o gerenciamento e o desenvolvimento da resolução;

Reconhecimento de padrões: consiste em identificar similaridades e características compartilhadas entre os problemas para facilitar, agilizar e escalar a solução do problema;

Abstração: processo de filtragem e classificação dos dados para separar os elementos essenciais do problema a ser resolvido;

Algoritmo: criação de um conjunto de instruções coordenadas para a solução de um problema ou execução de uma tarefa.

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Leia: Por uma pedagogia das mídias

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3 – Benefícios ao processo de aprendizagem

O trabalho a partir do pensamento computacional gera uma série de benefícios, desde atividades propostas por meio das metodologias ativas, como a resolução de problemas, até uma aprendizagem que deixa de ser passiva para ser ativa com ênfase na colaboração e nas vivências. Além de favorecer a interdisciplinaridade com abordagem STEAM – acrônimo em inglês das áreas do conhecimento de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática -, favorecendo o trabalho interdisciplinar através de mobilização de experiências, cenários e do próprio currículo para o desenvolvimento de soluções e articulações e investigações dessas áreas para a resolução e/ou construções de artefatos. 

4 – Estímulo ao letramento digital

Como vimos acima, além do trabalho no campo interdisciplinar é possível tecer uma combinação entre o pensamento computacional e o letramento digital, expandido a potencialidade do trabalho a partir do uso de recursos e plataformas digitais em que os estudantes podem trabalhar com o raciocínio lógico e estratégias para a resoluções de problemas que envolvam narrativas digitais, robótica, programação por blocos lógicos, modelagem 3D, entre outros. 

BNCC da Computação
Foto: Shutterstock

5 – Preparação para desafios futuros

Uma das razões para o pensamento computacional ser citado na BNCC está relacionado à importância da resolução colaborativa de problemas por meio da linguagem lógica e o mundo contemporâneo que exige essas novas habilidades aos profissionais. Portanto, ao trabalhar com esse viés na educação básica, cumpriremos o papel essencial de mediar esse processo em prol de uma formação sólida dos nossos estudantes, permeada ao desenvolvimento de competências e habilidades, como:

Pensamento crítico: estimulado a partir da decomposição dos problemas;

Pensamento lógico: necessário para a identificação de padrões, abstrações e criação algorítmica;

Criatividade: gerada pela necessidade de criar modos de resolver problemas e aprimorar soluções;

Resiliência: uma habilidade socioemocional imprescindível para manter-se determinado na resolução de um problema.

Para sua efetivação, é necessário planejamento alinhado ao currículo e adequação às características de cada faixa etária dentro do processo de ensino e aprendizagem.

Escute nosso episódio de podcast:

Autor

Débora Garofalo


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