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Diante dos desafios do início de um novo ano escolar (também entendido como mais uma jornada dos professores), imersos em um período de grandes mudanças sociais e políticas e suportando a bagagem física e emocional de um momento pós-pandêmico, se fosse possível estabelecer um canal […]
Publicado em 23/01/2023
Diante dos desafios do início de um novo ano escolar (também entendido como mais uma jornada dos professores), imersos em um período de grandes mudanças sociais e políticas e suportando a bagagem física e emocional de um momento pós-pandêmico, se fosse possível estabelecer um canal direto com profissionais que atuam no universo educacional no Brasil, quais seriam os temas apontados por eles como os mais urgentes? E quais dúvidas e que tipo de informações gostariam de receber?
Para responder a estas e outras questões, uma pesquisa realizada entre os dias 31 de outubro e 7 de novembro de 2022, pela FTD Educação, ouviu centenas de educadores parceiros da empresa em todo o Brasil e apresenta resultados que devem ser analisados com atenção, pois são excelentes indicadores dos anseios e necessidades dos docentes.
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No levantamento, foi pedido aos entrevistados que indicassem os três assuntos mais urgentes que deveriam estar na pauta de formação dos educadores, para levantarmos temas para a próxima edição digital da Jornada Pedagógica, evento oferecido gratuitamente a milhares de professores e que acontece em 26 de janeiro.
Para 89,5% dos entrevistados, o tema mais importante para 2023 são as ‘práticas pedagógicas’. Em seguida, com 77,3% e 75,5% das indicações, vêm os temas ‘socioemocional com foco nos professores’ e ‘socioemocional com foco nos estudantes’, respectivamente. Com 64,7% das indicações, o assunto ‘inclusão’ aparece na quarta posição. Já o tópico ‘tecnologia e inovação’ está em quinto lugar, com 59,4% das menções. A pesquisa ouviu 335 respondentes, entre diretores (33,7%), coordenadores (51,3%), professores (10,1%) e outros profissionais da educação (4,8%), de todas as regiões do Brasil.
Dentro do tópico mais pedido, ‘práticas pedagógicas’, o aspecto mais citado pelos participantes foi o dos métodos a serem aplicados em sala de aula, na prática. Outros pontos ligados às práticas pedagógicas, como inovação, formação docente, metodologias ativas, atividades lúdicas, dinâmicas e gamificação, também apareceram no levantamento.
Nos depoimentos colhidos, apareceram expressões que mostram quais as prioridades desse conceito para a aplicação em sala de aula. São frases do tipo:
“Como trabalhar conteúdo”; “Quais práticas facilitam a jornada do professor”; “Como aprimorar conhecimentos na teoria, sem fugir da prática”; entre outras.
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Nos temas ligados às questões socioemocionais, há uma divisão bem clara em dois grandes grupos do mesmo segmento: um para as demandas dos professores e outro para as dos estudantes. Nesse quesito a prioridade é a questão da saúde emocional, seguida por tópicos como motivação, apoio, competências socioemocionais e autoconhecimento, para docentes; e inteligência emocional, relações interpessoais, família e trabalho em grupo, para os alunos.
Nas frases coletadas, apareceram verdadeiros apelos diante de situações delicadas vivenciadas pelos educadores, por exemplo:
“Queremos orientações sobre como lidar com os problemas emocionais em sala de aula”; “Quando solicitar auxílio de um profissional de saúde?”; “Quais são as abordagens práticas para a promoção da saúde mental dos estudantes”?
Na temática da inclusão, dentre as solicitações, estão a adequação, tanto de currículo quanto de estrutura escolar; capacitação docente; e integração entre os alunos. Durante a escuta, foram colhidos pedidos da seguinte natureza:
“Como incluir de forma verdadeira?”; “Como oferecer atividades para estudantes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA)”; “O currículo pode ser uma barreira para a inclusão?”.
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No âmbito da tecnologia e inovação, o quinto tema mais citado, o maior interesse está nas novidades e nas metodologias mais modernas, com 28,3%. Também foram mencionados aspectos como ensino híbrido, metaverso, robótica e cultura maker.
O resultado da pesquisa e as frases ditas pelos educadores no levantamento oferecem um amplo recorte para escolas, gestores e empresas educacionais estarem atentas e serem empáticas. Os números e informações mostram, de forma direta, o que pensa e o que necessitam essas pessoas, além de revelar algo mais: as preocupações e dificuldades que estão enfrentando em um período sensível, de retomada das atividades e rotinas.
Diante de tantos desafios há de se falar de recomposição de aprendizagem, de práticas pedagógicas mediadas por tecnologia digital, de diversificação de estratégias metodológicas, de inclusão e acessibilidade para todos. Essa escuta nos permite traçar um roteiro da nossa jornada em 2023.
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