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A educação inclusiva, que busca garantir o acesso e a participação de todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas, é fundamental para atender a princípios da Constituição brasileira. E o ecossistema educacional deve contemplar todos os sujeitos, em todos os níveis, etapas e modalidades […]
Publicado em 05/04/2023
A educação inclusiva, que busca garantir o acesso e a participação de todos os alunos, independentemente de suas necessidades específicas, é fundamental para atender a princípios da Constituição brasileira. E o ecossistema educacional deve contemplar todos os sujeitos, em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino.
O artigo 205 da Constituição, por exemplo, estabelece que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Educação especial inclusiva ainda é um desafio
Alunos autistas: iguais, mas com diferenças
No Brasil, ano após ano, o índice referente aos estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista ou altas habilidades matriculados em classes comuns tem aumentado. O número de matrículas da educação especial no Brasil chegou a 1,3 milhão – um aumento de 26,7% em relação a 2017, de acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2021, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Diante desse cenário, compreender e atuar na perspectiva inclusiva é um desafio para os educadores e um tema que deve ser tratado com urgência. Uma pesquisa desenvolvida pela FTD Educação com centenas de educadores parceiros da empresa em todo Brasil mostra que o tema “inclusão” está entre os três assuntos mais urgentes na pauta dos professores, com 65% das menções.
Os outros dois assuntos levantados foram “práticas pedagógicas”, indicado por 89,5% dos respondentes; e “questões socioemocionais”, com foco nos professores e nos estudantes, com 77,3% e 75,5% das indicações, respectivamente.
Na temática da “inclusão”, dentre as solicitações dos educadores, estão a adequação, tanto de currículo quanto de estrutura escolar; capacitação docente; e integração entre os alunos. Durante a escuta, foram colhidos pedidos da seguinte natureza: “Como incluir de forma verdadeira?”; “Como oferecer atividades para estudantes com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA)”; e “O currículo pode ser uma barreira para a inclusão?”.
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A íntima relação entre saúde mental e aprendizagem
Para os educadores que não se sentem seguros quando possuem na turma em que lecionam algum estudante com necessidades específicas, o aspecto formativo é primordial. Ter acesso à formação de qualidade e apoio para a reorganização das práticas pedagógicas ajudam a expandir a construção de uma comunidade escolar cada vez mais diversa.
Algumas ferramentas podem facilitar o processo, por exemplo, novas formas de tecnologia como instrumentos para eliminação de barreiras e promoção da autonomia das pessoas com deficiência; a adoção do Desenho Universal para Aprendizagem, um conceito oriundo da arquitetura que visa garantir acessibilidade e a democratização dos espaços; ou até sugestões de organização de materiais e atividades pedagógicas inclusivas.
Empresas do segmento educacional também devem exercer seu papel nessa engrenagem para impulsionar a educação inclusiva no país, oferecendo conteúdo informativo e formativo para professores, estudantes e famílias. A FTD, por exemplo, lançou recentemente o Guia da Inclusão, disponível gratuitamente para 1,2 milhão de estudantes, 71 mil professores da rede pública e privada e em mais de 5 mil escolas parceiras.
Contribuir com a formação de professores e com a reorganização das práticas pedagógicas é uma tarefa que envolve os profissionais da cadeia produtiva do livro, seja ele impresso ou digital. A disponibilização de formação e informações será útil para subsidiar novas práticas e minimizar ou eliminar barreiras de acesso ao currículo e à aprendizagem, considerando a natureza plural do desenvolvimento de ensino como direito de todos.
Para avançar na educação inclusiva no Brasil é preciso adotar uma abordagem multidimensional e abrangente, focada em políticas públicas, investimentos em infraestrutura e no envolvimento de toda sociedade.