NOTÍCIA
Organizações sociais e secretarias municipais de Educação podem receber kits com duas obras para crianças, uma voltada à literatura negra e outra à indígena. Inscrições até 9 de setembro. Aberto também o edital que selecionará os livros para 2023 Redação revista Educação, 2 de setembro […]
A campanha Leia com uma criança de 2022 teve início em agosto e distribuirá gratuitamente dois milhões de livros. A destinação será feita exclusivamente para secretarias municipais de Educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, dentre outras). As obras selecionadas para esta edição são De passinho em passinho: um livro para sonhar e dançar e A pescaria do curumim e outros poemas indígenas”.
A campanha desse ano priorizada municípios vulneráveis considerando parâmetros como grau de concentração de renda (Índice de Gini), Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicadores de pobreza e outros. As inscrições foram prorrogadas e vão até 9 de setembro. Mais informações: itausocial.org.br/leiacomumacrianca.
Já para a população de maneira geral, estão disponíveis, gratuitamente, 14 títulos da estante digital e um acervo de 22 obras já distribuídas em anos anteriores em versões audiovisuais acessíveis, voltadas para o público com deficiência.
“Desde 2010, nosso intuito é estimular os adultos a lerem com as crianças como forma de fortalecimento dos vínculos afetivos e participação ativa na educação. E, diante dos desafios impostos pelo acirramento das desigualdades, reafirmamos o nosso compromisso com a equidade. Direcionamos os esforços da campanha para promover e democratizar o acesso à leitura literária de qualidade para famílias e crianças em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica. Nossa intenção é que mais crianças ampliem seu repertório cultural usando a imaginação e a criatividade, enriquecendo e expandindo, assim, suas experiências com os outros e com elas mesmas”, ressalta a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann.
O Itaú Social promoveu um edital para selecionar apenas obras que valorizam histórias, pessoas e culturas negras e indígenas. Essa seleção reconhece o potencial da literatura para contribuir com a diminuição das desigualdades e com a valorização das diferenças. Puderam participar editoras brasileiras, com prioridade para livros de autores ou ilustradores que se autodeclaram negros e/ou indígenas. Os livros selecionados foram:
(Editora Companhia das Letrinhas)
A obra tem ilustrações de Bruna Lubambo e texto de Otávio Júnior – escritor, contador de histórias e produtor teatral que ficou conhecido por abrir a primeira biblioteca nas favelas do Complexo do Alemão e no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. O livro traz danças e ritmos periféricos, protagonizados por crianças e jovens. A produção tem como pano de fundo uma pesquisa cuidadosa sobre o estilo funk e seus demais aspectos culturais no país.
(Editora Panda Books)
Nos 12 poemas desse livro, Tiago Hakiy, escritor povo indígena Sateré Mawé, tece versos recheados de lembranças e afetos sobre um jeito de ser criança que tem muitas relações com a natureza. As coloridas ilustrações de Taísa Borges acrescentam ainda mais riqueza ao universo retratado pelo escritor. Cores, peixes, pássaros, costumes e olhares sobre o dia a dia na floresta despertam conversas e a imaginação.
É possível solicitar ainda as versões das obras em braille e fonte ampliada para crianças com deficiência visual, e em formato audiovisual com múltiplos recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição. A distribuição dos livros acessíveis prioriza instituições que desenvolvam ações inclusivas e acessíveis de leitura. As versões audiovisuais acessíveis também podem ser encontradas on-line na página do programa.
O Itaú Social abre também as inscrições para o edital que selecionará as duas obras de literatura para crianças que farão parte do kit do programa para distribuição em 2023. Nesta edição, a iniciativa selecionará livros de literatura sobre quaisquer temáticas, porém com recorte em relação à autoria, recebendo inscrições somente de livros de escritores e ilustradores de países latino-americanos – nascidos e residentes.
“Trouxemos essa novidade, pois, além de reconhecer e valorizar a produção literária regional, acreditamos no potencial da bibliodiversidade. Por meio dela, as crianças podem entrar em contato com diferentes autores, linguagens e culturas, o que contribui com a construção do seu repertório cultural, visão crítica e ampliação do conhecimento de mundo”, destaca a coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo.
Cada editora pode inscrever até três títulos no edital. Todas as editoras brasileiras podem se inscrever, desde que não tenham sido contempladas na última edição. Os livros devem ser em prosa ou poesia, voltados a crianças de 0 a 6 anos e ter até 50 páginas. Serão aceitas obras já publicadas, lançamentos ou reedições. Está prevista a aquisição de até dois milhões de exemplares de cada título selecionado. As editoras deverão ceder os direitos para a produção de até 15 mil livros em braille e em formato acessível. Para realizar a inscrição, as editoras deverão preencher um formulário na Plataforma de Editais do Itaú Social e enviar um exemplar de cada livro para o endereço indicado no regulamento, via Correios. Serão considerados livros de autores do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.