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O despertar da cultura escrita

O maior desafio para o ensino de línguas hoje é fazer das escolas ambientes de vivência, em que ler e escrever faça sentido para toda a comunidade escolar

Publicado em 05/06/2013

por Redacao

Apesar de os últimos indicadores do Censo 2010 apontarem para uma redução na taxa de analfabetismo no país (passou de 13,6% entre a população de 15 anos ou mais para 9,6%), a alfabetização segue como o grande tema para a Didática de Línguas, segundo a pedagoga Marília Costa Dias, professora no curso de pedagogia do Instituto Superior de Educação Vera Cruz e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp).
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“O debate, no caso, se dá em sentido amplo, não apenas restrito ao domínio do sistema de representação, que permite ler e escrever palavras e textos curtos, mas em torno de como educar as crianças para que elas possam desfrutar de todas as funções da língua e saibam usá-la de forma adequada em diferentes situações de comunicação”, explica. Ela diz acreditar que o maior desafio hoje para a matéria é fazer das escolas ambientes de vivência de cultura escrita, em que ler, escrever, falar e ouvir “tenham sentido e significado para os alunos, professores e toda a comunidade escolar”.

Marília pondera que, nos últimos dez anos, não houve alteração no Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). “Daí a importância de refletir sobre como a escola está cumprindo o seu papel em relação à alfabetização”, afirma a professora. Ela destaca ainda que o Brasil assumiu metas objetivas em relação ao tema, expressas no Plano Nacional de Educação (2010) e no Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (2007). “É preciso encarar esse desafio no cotidiano das escolas, e isso depende de toda a comunidade escolar, que envolve professores, coordenadores, diretores, funcionários e familiares. Mas é necessário que as ações da escola se articulem com as diferentes esferas de gestão dos sistemas de ensino. Sem essa articulação será muito difícil fazer a mudança necessária”, avalia. E aponta outro grande desafio: a formação dos professores. “Ninguém consegue ensinar o que não sabe. Portanto, é preciso que o docente tenha uma vinculação positiva com a escrita e a leitura e que seja praticante dessas competências em sua vida. Um professor que não tem o hábito de ler não ensina nenhum aluno a gostar de ler”, diz.

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