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Diane Ravitch volta a criticar privatização da escola pública em livro

A tradução do novo livro de Diane Ravitch para o português seria oportuna, dado o atual debate sobre meritocracia na educação brasileira, mais difundido do que nunca no país diante dos protestos de professores à política vigente no Rio de Janeiro. Disponível até agora apenas […]

Publicado em 05/11/2013

por Camila Ploennes

A tradução do novo livro de Diane Ravitch para o português seria oportuna, dado o atual debate sobre meritocracia na educação brasileira, mais difundido do que nunca no país diante dos protestos de professores à política vigente no Rio de Janeiro. Disponível até agora apenas em inglês, Reign of error: the hoax of the privatization movement and the danger to America’s public schools (“Reino do erro: o engano do movimento de desestatização e do perigo para as escolas públicas dos Estados Unidos”, em tradução livre) procura responder a algumas perguntas sobre os efeitos das reformas empresariais no sistema educacional público dos Estados Unidos. Entre elas, a política de bônus para professores.

As análises de Ravitch, caracterizadas por condenações a testes padronizados, meritocracia e escolas charter, sempre chamam a atenção uma vez que ela já defendeu e trabalhou pelas políticas que hoje critica.

A educação americana está em crise? Qual é a justificativa para as reformas que têm sido promovidas pelo governo federal e adotadas em vários estados? O que deveria ser feito para melhorar as escolas e a vida das crianças? Estas são algumas questões propostas por Ravitch na introdução de Reign of error e que são abordadas ao longo de seus 33 capítulos. “Neste livro, eu mostro que as escolas estão em crise por causa dos persistentes, orquestrados ataques a elas e seus professores e diretores, e ataques a todos os princípios da responsabilidade pública pela educação pública. Esses ataques criam um falso senso de crise e servem aos interesses daqueles que querem privatizar as escolas públicas”, escreve a pesquisadora, cuja trajetória acadêmica anterior ao seu trabalho no governo federal era dedicada à proposta de um currículo mínimo nacional.

Ravitch, que em seu último livro tentou mostrar o escasso embasamento das políticas educacionais promovidas pelas administrações Bush e Obama, e das grandes fundações que deram apoio a essas medidas, relata agora outras evidências, obtidas em suas pesquisas, de que algumas das reformas não têm qualquer justificativa. Para ela, o Race to the Top – programa do governo Obama que oferece incentivos financeiros aos estados que apresentam as propostas mais inovadoras para melhorar a qualidade da educação – é muito pouco diferente do No Child Left Behind. “Na verdade, foi pior, porque deu aval democrático e plenos pulmões para a agenda republicana de longa data – do teste, da responsabilização e da escolha”, dispara Ravitch.

Autor

Camila Ploennes


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