Divulgado no último dia 8, o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) constatou progresso em quase todos os estados no primeiro ciclo do ensino fundamental, que vai do 1º ao 5º ano.
O mesmo não aconteceu nos anos finais do ensino fundamental (6º a 9º ano) e também no ensino médio. Nesses casos, menos de 20% dos estados brasileiros atingiram as metas estabelecidas pelo MEC para 2015.
O Ideb calcula a qualidade da educação por meio do cruzamento de dois dados: a taxa de reprovação dos alunos e as médias de desempenho em avaliações do MEC. O crescimento no índice significa que houve evolução nos índices de aprovação dos alunos e nas notas das avaliações nacionais.
Desde o lançamento do indicador em 2007, foram estabelecidas metas que devem ser atingidas a cada dois anos. Segundo as projeções, todas as etapas do ensino devem atingir índice 6 na classificação do Ideb, de maneira progressiva. Os primeiros anos do ensino fundamental devem apresentar esse resultado daqui a cinco anos, em 2021.
Entre as 27 unidades federativas brasileiras, apenas três não cumpriram a meta estabelecida para os primeiros anos do ensino fundamental em 2015: Rio de Janeiro, Distrito Federal e Amapá.
As metas são diferentes para cada estado. A análise parte da condição que cada estado tinha no início da avaliação em 2007
Caso essas projeções não sejam recuperadas, corre-se o risco de não atingir a meta geral. Nesta última avaliação, o Distrito Federal está pela primeira vez abaixo do objetivo esperado para os primeiros anos do fundamental. O estado do Rio, por outro lado, ficou abaixo de sua meta pela segunda avaliação consecutiva.
Esse atraso deixa o Rio de Janeiro na lanterna do ranking de crescimento do Ideb: ainda restam 0,9 décimos para atingir a meta total de 6,4 proposta pelo MEC para 2021. A maioria dos demais locais precisa crescer, em média, de 0,3 a 0,5.
A dificuldade é dividida com o estado do Amapá, que também precisa de 0,9 para atingir seu objetivo de 5,4 no índice. O estado também está em sua segunda vez abaixo da meta: fechou a última avaliação com um décimo a menos que o necessário.
A situação, contudo, é muito mais confortável que nos demais períodos analisados. Nos últimos anos do ensino fundamental, apenas cinco estados — Amazonas, Ceará, Goiás, Mato Grosso e Pernambuco — cumpriram a meta para 2015. Quando falamos de ensino médio, o número cai para apenas dois: Amazonas e Pernambuco.
Diferencial dos bons resultados
Segundo matéria divulgada pelo Portal Brasil, o ministro da Educação Mendonça Filho atribuiu o desempenho favorável do primeiro ciclo do ensino fundamental às prefeituras.
“No caso dos anos iniciais, a gente tem mais de 80%, 82% sob a responsabilidade dos municípios. Então, é uma estrutura de gestão única. Nos anos finais, metade da rede é de responsabilidade dos estados e outra metade da rede é dos municípios. Só isso já produz uma diferença”, explicou.
Segundo dados do Inep, 10,5 milhões de alunos (68,1% do total) estão matriculados em escolas municipais. Esse número representa 82,5% das matrículas na rede pública.