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O Brasil está acordando um pouco tarde para a necessidade de melhorar a proficiência de docentes de língua inglesa e estudantes, mas as iniciativas, já presentes há algum tempo nas escolas privadas, estão aumentando também no âmbito das redes públicas. O relato é de Ricardo Marques, gerente de novos projetos da Cambridge English Language Assessment, braço de Cambridge voltado à certificação de nível linguístico e oferta de cursos e instrumentos para sua melhoria.
A estratégia é parecida com a adotada por muitos países para as políticas públicas de educação como um todo: uso de avaliação de larga escala (no caso, para docentes e alunos) e oferta de cursos subsequentes para melhorar o desempenho nessas provas. A meta é pautada pelo Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (CEFR, na sigla em inglês), estabelecido para criar parâmetros comuns na Comunidade Europeia. Sai dos níveis mais básicos (A1, A2) para os mais plenos (C1, C2).
Marques diz que a realidade brasileira é próxima à de países como Chile e Colômbia. No caso do Chile, Cambridge desenvolveu um programa específico para o país em 2003, em parceria com o Ministério da Educação local. “Começamos com uma amostragem de 12 mil alunos da rede pública, do 8º ano e 12º ano. Em paralelo, fizemos um diagnóstico de cerca de 6 mil docentes. Esse foi o ponto de partida para uma alteração significativa da política de ensino de idiomas”, diz.
Para Marques, no caso brasileiro, a deficiência de formação dos professores de inglês é correlata à de outras disciplinas. Na sua visão, há muito foco no conteúdo a ser ensinado e pouco em metodologia. “Nosso foco é desenvolver o nível de proficiência e apoiar o nível metodológico”, resume.
No caso do Chile e de Portugal, que também contou com o apoio de Cambridge, a estratégia usada para as metodologias de gestão de sala de aula é tentar tornar mais natural a abordagem de temas que aprofundem os conhecimentos linguísticos. “É um desafio, especialmente em turmas com muitos alunos.” No Brasil, a instituição tem parceria com a rede municipal do Rio de Janeiro, além de escolas privadas.
Para saber mais sobre o CEFR:
– Em inglês: http://migre.me/vqhJC
– Em português: http://migre.me/vqhHN
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