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Dicas importantes para quem quer estudar fora do Brasil

Cursos de idiomas, editoras e sistemas de ensino falam sobre o aumento na procura por formação educacional no exterior - Por Marcelo Daniel

Publicado em 20/01/2017

por Informe publicitário

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Fazer uma graduação, pós-graduação ou cursar o High School (o Ensino Médio) fora do Brasil são opções cada vez mais procuradas – e que demandam uma preparação bastante específica por parte do estudante.
“A experiência acadêmica internacional tem sido mais valorizada por causa das demandas atuais do mercado de trabalho e das dinâmicas de um mundo mais globalizado”, salienta o gerente acadêmico da Cultura Inglesa, Vinícius Nobre.
Há números bastante consistentes sobre a busca por essa modalidade de ensino. De acordo com levantamento produzido pela Brazilian Educational & Language Travel Association, a Belta, no ano de 2015, aproximadamente 220 mil estudantes viajaram ao exterior para algum tipo de atividade de intercâmbio. Para 2016, estima-se um crescimento entre 7% e 10% nesse número.
“Temos notado um aumento considerável na busca por universidades norte-americanas e australianas”, afirma a gerente de Relacionamento da Winner/Cambridge English Platinum Centre, Mari Correa. “O maior motivo dessa procura é a mudança de país, uma vez que as condições sócio-econômicas no Brasil não estão tão favoráveis, ou seja, têm despertado nas pessoas um desejo de sair para procurar novas oportunidades”, complementa.
Optar por um curso no exterior significa, como veremos, estar preparado para as exigências que essas instituições demandam – principalmente em relação ao domínio do idioma. Outro ponto fundamental para alcançar esse objetivo, de acordo com os especialistas ouvidos para esta reportagem, é o planejamento. “Quanto mais cedo for o contato com o novo idioma, melhor, e a proposta é que o aluno seja exposto a esse ambiente com naturalidade”, reforça a diretora do método Systemic, Vanessa Tenório.
– É importante investir na formação bilíngue
As irmãs Vanessa e Fabiana Tenório desenvolveram o método Systemic para ensino de idiomas, que incorpora uma versão regular e uma bilíngue, com um número maior de aulas de inglês para a formação do aluno. Com sede em Maceió (AL), a empresa atua hoje em mais de 40 escolas e impacta cerca de 10 mil estudantes.
“Desenvolver uma proposta de formação bilíngue inclui material didático, planejamento, orientação, um projeto interdisciplinar, além da formação inicial e continuada de cada professor”, pontua Fabiana.
Na sua opinião, simplesmente aumentar a carga horária do ensino de uma língua na grade não apresenta o mesmo resultado que a educação que elas classificam como multidimensional, e que gera “efeitos colaterais positivos”.
“Nos projetos interdisciplinares, o inglês é o meio de comunicação utilizado para desenvolver as outras matérias, o que gera uma autoconfiança, pois os alunos se apropriam da língua com muita naturalidade”, reforça Vanessa.
Mais que simplesmente disponibilizar na grade, por exemplo, a disciplina de Biologia totalmente em inglês, a proposta do sistema da International School prevê que o aluno tenha o conteúdo normal, em português, mas que, no ensino de idiomas, situações dessa matéria sejam utilizadas no aprendizado da outra língua.
“Não é ensinar História ou Matemática em inglês, mas usar esse contexto para aprimorar o conhecimento e, assim, construímos um modelo para que a escola tenha entre cinco e 10 horas semanais no idioma”, conta o fundador e CEO da International School, Ulisses Cardinot.
Com formação na área de educação e gestão, Cardinot acredita que o empreendedorismo no desenvolvimento de um sistema de formação bilíngue no país ajuda a buscar uma mudança no cenário de aprendizagem local. “O Brasil está atrás nesse segmento, se comparado tanto com as grandes potências econômicas quanto com a própria América Latina – apenas 5% da população brasileira fala inglês”, comenta o CEO, que cita como bons exemplos no continente países como Chile e Argentina, que possuem uma carga de cinco horas semanais na escola.
– Quanto antes, melhor
Como lembra o gerente Vinícius Nobre, da Cultura Inglesa, uma vez que não há uma legislação no país que trate especificamente sobre o ensino bilíngue, não é possível fazer classificações generalizadas sobre o seu peso na formação do estudante que busca uma formação internacional. “É difícil afirmar que todas as experiências que se autodenominam bilíngues realmente trabalham as competências necessárias para que o aluno desenvolva suas habilidades comunicativas, a ponto de se tornar verdadeiramente fluente em outro idioma”, pondera.
Nobre ressalta que é preciso sempre buscar entender a proposta pedagógica, a qualificação dos docentes e a carga horária real no idioma, antes de avaliar os resultados acadêmicos prometidos. “A formação bilíngue séria, assim como qualquer curso comprometido com a qualidade do ensino de um idioma estrangeiro, certamente ajuda um aluno a se preparar para uma vivência internacional”, diz.
Também faz a diferença o momento em que a língua inglesa é inserida no dia a dia do estudante. “O mais indicado é começar cedo – a criança, até os 10 anos de idade, está na melhor fase para aquisição de línguas se falarmos em termos de janelas do desenvolvimento cognitivo”, comenta a gerente pedagógica da rede Number One, Ana Regina Araújo.
Além dos cursos de ensino geral, a escola possui, ainda, uma modalidade de formação bilíngue. “Oferecemos grade de cinco horas por semana, trabalhando o uso do inglês em atividades interdisciplinares, de acordo com o ano escolar que o aluno está cursando”, explica Ana Regina. A instituição oferece cursos a partir dos 6 meses de idade.
– As opções nos modelos de High School e College
Cenário bastante presente em filmes e séries, o ensino médio norte-americano, ou High School é a segunda fase da escola secundária e prepara os estudantes para ingressar em uma universidade.
Flexível, o cronograma envolve uma grande variedade de cursos em disciplinas como Língua Inglesa, Matemática, Ciências e Ciências Sociais, além de uma série de outras opções como Língua Estrangeira, Educação Física, Música, Artes, Teatro e até treinamentos vocacionais.
Estudantes brasileiros que tenham o interesse em cursar parte do Ensino Médio em uma High School nos Estados Unidos, Canadá ou Inglaterra, devem estar atentos a alguns detalhes. “Existe uma diferença significativa no conteúdo do que é ensinado no High School em relação ao Ensino Médio no Brasil; cada escola prepara seu aluno para o ingresso na universidade de seu respectivo país”, ressalta a diretora e gestora da área pedagógica do The Kids Club, Sylvia Helena Barros.
Sendo assim, se o objetivo do aluno é ingressar em uma universidade no exterior, segundo a diretora, deve buscar um High School que siga o currículo do país de seu interesse.
Com foco no ensino de crianças a partir dos dois anos de idade, a escola possui metodologia de ensino de inglês baseada na interação direta com o idioma. Apesar da atuação exclusiva no universo infantil, Sylvia Helena nota um “aumento quase que explosivo na procura por escolas bilíngues pelos pais, pois essa é a primeira porta para o ingresso futuro em uma instituição fora do país” Ulisses Cardinot, da International School, ressalta a importância da preparação do estudante quanto ao idioma, antes de embarcar para o aprendizado em terras estrangeiras. “Para se fazer um High School fora do Brasil, College ou mesmo uma pós-graduação, as instituições pedem um nível de certificação em língua inglesa, uma comprovação”, diz.
Já no caso do College, ou a universidade, como salienta Mari Correa, da Winner/Cambridge English Platinum Centre, há diferenciais bastante marcantes no processo seletivo. “A principal diferença são os níveis de exigência, temos o exemplo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde além dos recursos financeiros, o candidato precisa ainda de um currículo brasileiro muito forte, visto que a universidade não aceita alunos com notas medianas”, diz.
Com relação aos investimentos, Mari ressalta que a logística financeira depende muito da universidade escolhida, e cita, também, o caso de instituições que oferecem bolsas de estudos para atletas, por exemplo.
– Conteúdos estudados devem ser sob medida
No universo do material didático, a editora Macmillan Education está há 170 anos no mercado, sendo 25 anos no Brasil. Sobre o fortalecimento no aprendizado com o objetivo de cursar uma instituição de ensino no exterior, a diretora de Vendas e Marketing, Patrícia Souza, sugere muita atenção com as ofertas durante a procura. “As escolas que oferecem os ‘milagres’ de aprender inglês em poucas semanas são uma cilada! O conteúdo oferecido, sem dúvidas, é fraco”, ressalta.
A diretora orienta a busca de uma proposta que ofereça carga superior a três horas semanais e que o contato com o idioma aconteça desde cedo. “Nossos produtos são direcionados para o ensino do inglês a todas as faixas etárias, e são capazes de prover ao aluno conhecimento necessário para que seja possível ao estudante o ingresso em uma universidade no exterior”.
A Macmillan Education, com o objetivo de acompanhar as mudanças na educação, desenvolve soluções no material impresso e nos recursos digitais. Dentre esses, estão recursos on-line para professores e alunos, livros digitais interativos, workbooks digitais, aplicativos e jogos.
Patrícia concorda sobre os benefícios da aprendizagem de um segundo idioma desde cedo. “A proposta bilíngue facilita muito a jornada do aluno; posso confirmar que é um ensino que cresce muito no país”, salienta.
Nessa mesma área de atuação, a Editora Oxford apresenta suas publicações no mercado brasileiro desde os anos 1940; no entanto, há pouco mais de duas décadas passou a ser distribuidora local.
“Oferecemos um catálogo super amplo, tanto para as escolas que aplicam uma hora semanal de inglês quanto para propostas superiores a dez horas, com conteúdos como Ciências e Matemática apresentados na língua inglesa”, enumera a diretora de Vendas e Marketing, Selma Trus.
Com presença em mais de 100 países, a editora é responsável por publicações em todas as disciplinas do currículo escolar, sendo que esse material leva em consideração as características do sistema educacional de cada localidade.
A empresa é um departamento da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que produz conteúdo para ensino nos meios impresso e digital. “A digitalização é uma realidade do nosso negócio e os alunos, por sua vez, conseguem transitar de uma plataforma para a outra, do computador, para o celular e tablet, de forma muito natural”, complementa Selma.
“Nós também oferecemos serviços, planejamento de aulas, testes, provas, capacitação de professores e apresentação aos pais”, reforça.
A Richmond é uma editora que nasceu em 1992, em Londres, mas que hoje já está presente em mais de 20 países na Europa e Américas. A empresa é integrada ao grupo editorial Santillana, um dos principais na área de didáticos em países ibero-americanos.
A diretora editorial da Richmond, Sandra Possas, comenta que, embora o termo “bilíngue” cubra uma grande variedade de propostas de ensino, existe sim uma tendência de aumento nesse mercado – o que gera, também, o crescimento nas publicações voltadas ao segmento nos últimos anos.
“Entendemos que nosso negócio é composto de materiais e serviços e, à medida em que nosso cliente se torna mais exigente e preocupado com o sucesso de seu próprio negócio, aumenta a demanda por serviços”, conta a diretora, referindo-se a treinamento e desenvolvimento de professores e acompanhamento de resultados. “Buscamos parcerias com nossos clientes que vão além da simples venda de material – atuamos lado a lado e entendendo que temos objetivos comuns e que, quanto maior nossa sinergia, maiores as chances de alcançá-los”, diz.
Apesar da ampla atuação da editora no mercado, Sandra é cuidadosa ao abordar números sobre essa proposta educacional – “O termo ainda é usado de forma muito liberal em uma grande gama de situações de ofertas de produtos e serviços”. A diretora comenta que o Brasil atravessa um momento de “experimentação” nesse tema, em que escolas buscam caminhos e as famílias buscam respostas sobre os benefícios do bilinguismos. Os produtores de conteúdo didático, por sua vez, estão propondo modelos que sejam adequados às condições de ensino no Brasil.
“Considerando todos esses pontos, eu diria que em torno de 15% das escolas de Educação Infantil e primeiro segmento do Ensino Fundamental já oferecem ou têm interesse em algum modelo de ensino bilíngue e este percentual deve aumentar bastante nos próximos anos”, conclui.
– Como funcionam as certificações internacionais no idioma inglês?
Obtidas por meio de testes de proficiência, as certificações internacionais buscam garantir a capacidade de comunicação em outro idioma. No caso da língua inglesa, essas qualificações atendem a um padrão, baseado no Quadro Europeu Comum de Referência (CEFR, em inglês). Conforme o quadro:
A1 Iniciante
A2 Básico
B1 Intermediário
B2 Usuário independente
C1 Proficiência operativa eficaz
C2 Domínio pleno
No sistema desenvolvido pela International School, a preparação para a certificação Cambridge, realizada no 9º ano, está inserida no conteúdo programático. “É uma certificação aceita nas maiores universidades do mundo e a que oferecemos, a Cambridge FCE, tem nível de proficiência equivalente ao B2”, comenta Cardinot.
Mari Correa, da Winner, empresa que também prepara o estudante para as principais certificações do mercado, salienta que “possuir uma certificação no currículo é fator crucial para o ingresso em universidades internacionais”.
A Cultura Inglesa oferece atividades para ajudar o aluno no desenvolvimento de competências específicas, como cursos para produção escrita, que o auxiliarão na vida acadêmica, reforça o gerente, Vinícius Nobre. “Também temos preparatórios para os exames internacionais que precisarão ser feitos durante o processo de candidatura a uma universidade no exterior, como o IELTS e TOEFL”, diz.
Com relação à meta de cursar o ensino superior fora do Brasil, Nobre é enfático: “Para ser aceito em uma universidade no exterior, o aluno já precisa ter um nível de proficiência linguístico bastante alto”.
Quer saber mais? Acesse o pdf com a matéria completa.
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