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Gestores e educadores debatem a escola do século 21 em evento em Campinas

‘Jornadas da Educação’ reuniu palestras com temas desde o uso de tecnologia no ensino até neurociência

Publicado em 30/03/2017

por Redacao

Henrique Tichauer palestra nas Jornadas da Educação

Henrique Tichauer palestra nas Jornadas da Educação | Foto: Gustavo Morita


No dia 28 de março, a cidade de Campinas, localizada no interior de São Paulo, recebeu a primeira edição das ‘Jornadas da Educação’. O evento, organizado pela Revista Educação e pelo Clubeduca, contou com cinco painéis que abordaram administração da escola moderna, formação do professor no século 21, marketing educacional, neurociência, bilinguismo e novas metodologias. O encontro ocorreu na faculdade Metrocamp. A iniciativa deve acontecer também em outras cidades do interior paulista ao longo de 2017.
No primeiro painel do dia, Henrique Tichauer (sócio da empresa EXP) e Marcos Wesley (fundador da Zoom Education For Life) palestraram sobre a administração da escola moderna. Tichauer alertou para a importância das escolas darem atenção à retenção de alunos, e não apenas à captação. “O valor de investimento para manter o aluno é menor do que o de captar”, afirmou. Para isso, ele defendeu a realização de pesquisas para medir a fidelidade do aluno – representada pela capacidade de recomendar a escola a outras pessoas.
Já Marcos Wesley falou sobre o uso de tecnologia na escola, o que não exige necessariamente que a administração invista em equipamentos muito caros. “Robótica não precisa ser só soldar fios”, argumentou. Para Wesley, o mais importante é dar recursos para que os estudantes aprendam a solucionar problemas. “É preciso priorizar o processo de criação de tecnologias, não só o de adquirir.” O tema tecnologia voltou a ser abordado diversas vezes ao longo do evento, ressaltando a preocupação de gestores e educadores com a adaptação ao mundo moderno.
Formação
O segundo painel abordou a formação do professor no século 21 e reuniu Ronaldo Barbosa, engenheiro da computação e mestre em Geociências na área de Educação Aplicada às Ciências, e Ricardo Steinle de Moraes, gerente geral do acampamento Paiol Grande. Os dois palestrantes falaram sobre metodologias que podem ser usadas pelo professor para atrair a atenção do aluno e favorecer o aprendizado.
Barbosa iniciou a palestra falando sobre a sala de aula invertida, que pode ser um caminho para se adaptar às novas demandas da educação e dos próprios alunos, que têm acesso à informação de forma simples e rápida na internet. “O acesso ao conteúdo está deixando de ser o negócio da educação. O que o aluno procura é apoio para a aprendizagem”, afirmou. A sala de aula invertida é um método em que o aluno estuda os conteúdos antes da aula – assistindo a vídeos, por exemplo – e o professor usa o encontro presencial para aprofundar o que foi estudado, realizar exercícios e tirar dúvidas.
Em seguida, Moraes complementou a reflexão do painel focando em outro aspecto que pode ajudar no processo de aprendizagem, e que não exige o uso de recursos tecnológicos – a exploração do lúdico. “O brincar, o prazer, às vezes soam como se não devessem fazer parte da escola. Mas os grandes aprendizados vêm sempre acompanhados de emoção”, defendeu.
Adaptação e novos horizontes
Os três últimos painéis do evento reforçaram a necessidade de mudança por parte de gestores e educadores. Dênis Drago, gestor da Vecte, palestrou sobre captação e retenção de alunos, destacando a necessidade de compreender o perfil da geração atual e se adaptar às mídias digitais – não só criando páginas nas redes, mas usando o recurso para melhorar o atendimento. “Não adianta só falar, é preciso ouvir. As escolas têm de monitorar o que está sendo falado sobre elas nessas mídias”, observou.
Walter Saliba, sócio-diretor da empresa Prima, especializada em tecnologia para educação, também falou do tema captação e retenção de alunos, mas focando na definição do público-alvo. “É impossível abraçar o mundo e conquistar todos os alunos, é preciso segmentar”, afirmou.
Em seguida, a neurociência e o bilinguismo foram o centro do debate. A neurocientista Carla Tieppo abordou conceitos da área que estuda e a aproximação com as ciências humanas. “Se você entende como o cérebro monta padrões, você pode fornecer experiências mais adequadas em sala de aula”, afirmou. As irmãs Fátima e Vanessa Tenório, especialistas em bilinguismo, encerraram o painel falando sobre como a apropriação de uma segunda língua pode auxiliar no desenvolvimento da criança. “Para isso, é preciso usar o inglês não como matéria, mas como meio de instrução”, explicou Vanessa.
O evento foi encerrado com uma palestra de Daniela Cartoni, coordenadora geral de pós-graduação na Metrocamp, que refletiu sobre metodologias de ensino e sobre o uso de tecnologias nas escolas – resumindo o que muitos dos educadores presentes acreditavam sobre o tema que permeou a maioria das discussões ali realizadas: “A tecnologia, quando não é integrada, não é inovação, é apenas invenção. Sem o cuidado do professor, ela não faz sentido.”
Veja a galeria de fotos do evento:
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Redacao


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