Em cartaz até 9 de dezembro, a 33ª Bienal de São Paulo reúne obras que procuram ampliar, sobretudo para o público leigo, o próprio conceito de arte contemporânea.
Em muitos casos, a convergência entre linguagens contribui para essa compreensão. É o caso de uma série de pinturas da paulista Vânia Mignone, reunidas na área de projetos individuais da exposição.

Toda a sua obra, segundo ela, “tem uma enorme influência da música popular brasileira”.
“Achava a música que eu ouvia tão linda que precisava fazer algo, dentro dos meus recursos, que fosse tão bom quanto. E isso envolve também algo que a música tem: diferente do desenho e da pintura, ela entra por todos os lados. Você sente.”
Já o goiano Siron Franco, que tem uma seleção da série de desenhos Rua 57 na mesma seção de projetos individuais da Bienal, aponta para outro caminho, o da arte como instrumento de ação política.
Em setembro de 1987, quando um acidente com uma cápsula de césio 137 decretou emergência nuclear em Goiânia, ele retornou à cidade – onde havia crescido, bem perto do local do acidente – para trabalhar “a quente” o estado de pânico e de desolação de uma metrópole em quarentena.
Espécie de crônica da tragédia, seus desenhos dividem sala com pinturas em homenagem a vítimas do acidente e com recortes de jornais e revistas da época.
Outros dez artistas também ocupam a seção de projetos individuais, enquanto dezenas de outros estão na área das exposições coletivas.
O eixo curatorial, Afinidades afetivas, possibilita a reunião de abordagens artísticas muito diversas entre si, “privilegiando o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos”, na definição dos organizadores.
Mesmo quem não puder visitar a Bienal encontrará, no web site, extenso material sobre as obras e seus autores, poderá ouvir playlists preparadas pelos artistas e também baixar o conteúdo completo da publicação educativa.
www.bienal.org.br

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