NOTÍCIA
‘Amazônia – O despertar da florestania’, de Christiane Torloni é uma obra assumidamente militante sobre como o capitalismo tem gerado desequilíbrio ambiental
Publicado em 06/07/2019
Lançado no Festival do Rio, em novembro de 2018, e em cartaz nos cinemas no primeiro semestre deste ano, Amazônia – O despertar da florestania não se propõe a ser um documentário de postura equidistante sobre um tema específico, a floresta amazônica. Muito ao contrário, aliás: a atriz e diretora Christiane Torloni e o codiretor Miguel Przewodowski realizaram um assumido filme de militância, com o propósito de fazer circular informações, análises e imagens relevantes para a ação ambientalista no século 21.
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Contudo, seu alcance é bem mais amplo do que o título pode sugerir, ao entrelaçar uma série de temas políticos e econômicos em torno da importância da Amazônia e do significado de sua exploração. Por exemplo: em determinado momento do painel que o filme desenha, o jornalista André Trigueiro – um dos muitos entrevistados, ao longo dos últimos anos – lembra que o capitalismo tem levado ao paroxismo a busca pela maximização dos lucros no menor tempo possível, levando o planeta a um cenário de esgotamento de recursos e de desequilíbrio ambiental sem precedentes.
A montagem do documentário é orientada pelos encontros, viagens e descobertas na agenda do ativismo ambiental de Christiane, mas a sua presença em cena não deixa de valorizar os inúmeros personagens da obra, entre eles o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) e o artista plástico Frans Krajcberg (1921-2017).
Amazônia propaga a certeza de que a causa da florestania – síntese entre os conceitos de cidadania e direito florestal – é urgente e de que ela precisa se espraiar por toda a sociedade como um dos temas prioritários da agenda pública.
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