NOTÍCIA
O uso consciente da tecnologia pode assegurar o acesso ao ensino mesmo em tempos de restrições tão severas
Publicado em 25/03/2020
O início da pandemia global, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por causa da expansão do novo coronavírus pelo mundo, colocou todos os países em alerta. A adoção de medidas de prevenção se faz urgente, como também é necessário mitigar o impacto da epidemia em diversas áreas da atividade humana – inclusive, a educação. Por todo o planeta, escolas são fechadas, aulas acabam suspensas e não há certeza de quando poderão ser retomadas com segurança.
Leia: Conheça a rede da Unesco que constrói uma ponte entre escolas
Como uma rede global, preocupada em partilhar boas práticas, no âmbito regional, nacional e planetário, a Rede PEA UNESCO do Brasil vem procurando orientar suas quase 1.000 escolas associadas e candidatas, em todo o país, nos limites de seu escopo de atuação. Nesse sentido, recentemente, a Coordenação Nacional da Rede PEA UNESCO encaminhou às escolas um conjunto de sugestões para que utilizem recursos de inovação e possam, assim, garantir a continuidade de suas atividades a distância, caso seja necessária a suspensão das aulas.
O documento, produzido internacionalmente pela UNESCO, considera que quase 400 milhões de crianças e jovens em todo o mundo já sofreram impactos no processo de ensino e aprendizagem, por causa do covid-19, e que é necessário manter as atividades de ensino e de aprendizagem, utilizando, por exemplo, recursos como os da educação a distância.
O documento, que pode ser encontrado neste link (clique aqui), lista dezenas de soluções, como plataformas e ferramentas online de aprendizagem. São recursos para que o aprendizado não seja interrompido, quando impedido o contato presencial entre alunos e professores. A maioria das soluções sugeridas é gratuita e suporta vários idiomas.
Neste sentido, o uso consciente da tecnologia converge com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ao assegurar o acesso à educação, mesmo em tempos de restrições tão severas.
Além dos sistemas digitais de gerenciamento de aprendizado, o documento publicado pela UNESCO reúne sistemas criados para uso em smartphones, em modo off line, plataformas de colaboração que suportam comunicação por meio de vídeos ao vivo e ferramentas que permitem criar conteúdos digitais.
Leia: Escolas conectadas: aprendizagem em tempos de coronavírus
O uso de plataformas e ferramentas on-line já é uma realidade para muitas das escolas associadas e candidatas. Inclusive, para instituições públicas, também graças a parcerias firmadas entre a Rede no Brasil e empresas que ofereceram às escolas recursos pedagógicos inovadores. As conquistas construídas de forma coletiva ao longo dos últimos anos alicerçam medidas a serem adotadas pelas escolas, diante de uma crise global.
São muitas as soluções pensadas para facilitar a continuidade do aprendizado e minimizar os impactos causados por uma crise de saúde pública. Mais do que nunca, precisamos ser educadores em todos os sentidos: informando, buscando alternativas e encontrando novas soluções. Mais que isso, devemos atuar como sempre atuamos: respeitando valores e compromissos comuns, adaptando-nos aos desafios sociais contemporâneos.
São essas ações que fazem do Programa das Escolas Associadas da UNESCO no Brasil, uma rede ampla, atenta e, diante dos desafios, sempre disposta a se reinventar.
Myriam Tricate é Coordenadora Nacional do Programa das Escolas Associadas da UNESCO no Brasil.
Entrevista com José Pacheco: por um outro olhar na educação
Neurociência: como ensinar matemática de maneira criativa