NOTÍCIA
Informação é de um levantamento da Abepar com Sieesp feita com 500 instituições escolares
Publicado em 27/11/2020
Pesquisa feita pela Abepar (Associação Brasileira de Escolas Particulares) e Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de SP) com cerca de 500 escolas particulares do estado de São Paulo identifica a realidade de reabertura gradual das escolas com a pandemia. Os dados foram divulgados ontem, 26. Vale ressaltar que o estado possui uma média de 5.000 instituições de educação básica privada.
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Sobre o planejamento para o ano que vem, 43% afirmaram que pretendem atuar com aulas presenciais, 32% com o modelo híbrido, 25% disseram que seguirão o Plano São Paulo. Nenhuma declarou que pretende adotar apenas aulas remotas.
“Esses resultados não estranham. Afinal, a essência da educação básica é o presencial e assim deve ser. Desconheço país no mundo que esteja montando um modelo de educação básica que não esteja centrado na atividade presencial”, destaca Arthur Fonseca Filho, diretor da Abepar e diretor da escola Uirapuru, em Sorocaba, SP.
Fonseca, que já foi secretário de Educação de Sorocaba e membro do Conselho Nacional de Educação na Câmara de Educação Básica, entende as aulas remotas como uma excepcionalidade por conta da pandemia. Segundo o diretor, a educação é uma atividade essencial e não pode estar com as portas fechadas.
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Para Arthur Fonseca Filho, os dados da pesquisa destacam que é possível reabrir sem evitar um grande contágio – basta ter e respeitar os protocolos, uma vez que 73% das escolas entrevistadas afirmaram que nenhum caso de covid-19 foi notificado entre professores e funcionários desde a reabertura gradual e 16% disseram ter ocorrido um caso. Já entre os alunos, 86% das instituições escolares responderam que não houve caso confirmado e 7% relataram um caso de covid.
Confirmado o primeiro caso, 99% declararam que não houve contaminação para outro membro da bolha ou classe. Contudo, 45% disseram que ocorreram casos no domicílio do aluno, professor e/ou funcionário.
Diante da confirmação de caso(s), suspender o aluno por até 14 dias foi a providência tomada por 45% das escolas de São Paulo. 39% suspenderam a classe por até 14 dias e 16% suspenderam as atividades presenciais.
Arthur Fonseca defende que é preciso pensar em um planejamento presencial para 2021, principalmente para a educação infantil, uma vez que, segundo ele, não existe aula remota com validade nessa faixa etária. “Não há razão para não voltar. Eleições acabaram. É preciso voltar a receber as crianças. Do ponto de vista educacional, há perdas no desenvolvimento de competências na educação infantil. E os pais também precisam trabalhar. Sociedade tem que entender que a educação infantil é urgente, inquestionável.”
Em relação à reabertura gradual, a pesquisa aponta que em setembro, 16% das escolas retornaram com as atividades presenciais, 33% em outubro e 7% em novembro. Já 44% disseram que não foram autorizadas pelo município. Pouco mais da metade, 62%, também disseram que os alunos podem frequentar as aulas presenciais cinco vezes por semana.
Como era de se esperar, das escolas que reabriram aos poucos para evitar contágio com a covid, a educação infantil foi o nível escolar que mais funcionou de maneira presencial. Confira o restante na imagem abaixo:
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