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Jovens não querem ser professores

Documento Planejamento da força de trabalho docente revela que a carreira do professor ainda é pouco atrativa para os jovens. Especialmente por estereótipos de “professor herói”, que precisa “salvar a educação” sozinho, sem ajuda, e de que a profissão é sofrida, além de afirmarem que educador […]

Publicado em 21/01/2022

por Redação revista Educação

Documento Planejamento da força de trabalho docente revela que a carreira do professor ainda é pouco atrativa para os jovens. Especialmente por estereótipos de “professor herói”, que precisa “salvar a educação” sozinho, sem ajuda, e de que a profissão é sofrida, além de afirmarem que educador ganha pouco. O material também aponta a urgência de se pensar em um Sistema Nacional de Educação integrado para melhor planejar a oferta e demanda de professores nacionalmente, coordenando esferas federal, estaduais e municipais.

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Leia: Professores: saúde mental fragilizada e a desvalorização como regra

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O lugar onde os jovens moram também pode influenciar a escolha da profissão, considerando a realidade da carreira em cada região: jovens do Ceará, por exemplo, têm mais predisposição para escolher a docência (15%) em contraste com os do Espírito Santo (0%).

Recém-lançado, o documento é do Instituto Península e sistematiza o resultado de três estudos inéditos, sendo que um deles foi realizado em parceria com pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV).


 “Não basta apenas formar mais professores; é preciso planejar a distribuição deles no mercado de trabalho. Isso significa pensar, verdadeiramente, em quem escolhe entrar na carreira docente, bem como na sua formação continuada, porque esses fatores essenciais im­pactam o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Além disso, reter e alocar corretamente esses profissionais é muito importante – e, para isso, a profissão precisa ser competitiva em relação a outras”, acredita Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península.

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Leia: Duas décadas depois, filme Entre os muros da escola ainda dialoga com a realidade

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Foto: Envato Elements

Desgastante

O estudo encontrou desafios de como adequar a formação para a disciplina que o professor leciona, o que significa que ele dá aulas em mais de uma disci­plina em todas as etapas de ensino – o que não é uma novidade, mas é mais um indicativo de que mudanças precisam acontecer. “Um professor formado em física, por exemplo, acaba lecionando matemática, pois é uma disci­plina de exatas”, exemplifica Heloisa. As áreas de conhecimento com mais dificuldades de distribuição dos docentes são: química, sociologia, educação física, artes e filosofia. Nesse cenário, Sudeste e Sul possuem melhor adequação do que as regiões Norte e Nordeste.

Uma das conclusões do estudo é que pode faltar professor qualificado no Brasil – ou seja, preparado para a disciplina que leciona.

“Portanto, é urgente criar espaços de discussão e planejamento da força de trabalho docente para definir acordos para atrair mais jovens para a carreira e para reter profissionais. Sem esquecer, é claro, do desenvolvimento profissional contínuo deste professor”, diz a diretora.

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