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Inovação como aliada e não rival da educação

Por César Silva*: A inovação tecnológica tem sido importante aliada de diversos setores da economia e não é diferente quando se fala em educação. É natural que, diante da sua relevância, seus movimentos de evolução sejam mais ritmados e feitos com consciência associada a políticas […]

Publicado em 10/04/2023

por Redação revista Educação

Por César Silva*: A inovação tecnológica tem sido importante aliada de diversos setores da economia e não é diferente quando se fala em educação. É natural que, diante da sua relevância, seus movimentos de evolução sejam mais ritmados e feitos com consciência associada a políticas públicas. No entanto, o conservadorismo pode ser uma barreira para o desenvolvimento do setor educacional.

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Diretores de escolas particulares e as dores da reinvenção

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A grande batalha dos atores desse segmento, seja no ensino básico ou superior, tem sido questionar a expansão do EAD, colocar em xeque, de maneira não comprovada, a qualidade dos cursos nesta modalidade.

Não ver o obvio é preocupante, mas lutar contra a movimentação de um segmento tão importante para a inovação tecnológica é, no mínimo, um desserviço ao país. A presencialidade, no modelo de cinco encontros semanais de quatro horas cada um, com dezenas e até centenas de alunos sentados quietos, dormindo, enquanto um sábio do tema em discussão vocifera verdades, comprova teoremas, deduz equações e mostra todo o seu conhecimento sem ao menos checar se os ouvintes estão na mesma linha de comunicação ou protocolo, já era um crime ao bem público, chamado educar, formar cidadãos e profissionais.

O fato é que o modelo educacional presencial, seja ele em qualquer etapa da educação, precisa evoluir. Hoje, em 2023 é impossível acontecer uma aula sem acesso à internet para que se comprove os conhecimentos e temas discutidos. E a tecnologia está aí para contribuir com todo este processo.

O ressurgimento do presencial é inconcebível, a não ser se o problema central for manter o status quo das instituições presenciais, de antes de 2020, que investiram em campus megalomaníacos, em salas de aulas enormes e laboratórios com computadores que se tornam elefantes brancos dada a necessidade de atualização tecnológica a cada três, cinco anos, ou antes.

Ter laboratórios físicos ao invés de laboratórios em nuvem, com acesso remoto em todo o mundo, manter salas de aulas com carteiras enfileiradas, ao invés de salas online que se desdobram em ambientes de trabalho coletivo, exigir deslocamento do ser físico, ao invés de levar o saber de maneira remoto e universal, é levar a montanha a Maomé.

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Leia: Tecnologia na educação vai além de oferecer uma ferramenta

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Atualmente, a modalidade a distância, denominada EAD, não deve nada para a modalidade presencial, pois se construiu a partir de demandas e necessidades dos próprios clientes, que são os alunos e as empresas, utilizando metodologias que definiram trilhas de aprendizagem e permitiram a flexibilidade de acesso no tempo e até fisicamente.

O EAD visa apoiar os estudantes a buscar saberes, fazeres e atitudes que contribuam para um perfil demandado no mercado de trabalho e socialmente integrado à realidade social do século 21 e mais.

A preparação do uso de recursos tecnológicos para desenvolver atividades no mundo do trabalho, aplicando ciências para a análise de dados e tomada de decisões, é o grande foco da educação que quer aproximar o estudante das demandas do mundo.

Sem o reconhecimento necessário da importância do EAD e a evolução que ele traz para o ensino estaremos colocando em risco a produtividade de mais gerações que não suportam o modelo tradicional de escola, e agora com o risco maior de o ChatGPT vir a substituir os trabalhos e pesquisas escolares que eram prova de conhecimento aos alunos.

inovação tecnológica
Inovação tecnológica como aliada da educação
Foto: shutterstock

Educadores, gestores, consultores e reguladores, para aumentar a eficiência da educação devemos olhar para a frente e não para trás.

Vamos salvar o ensino, evoluir as instituições tradicionais associando-as a evoluções tecnológicas e não impedindo que elas se transformem para voltar a uma situação de conforto com mensalidades menos acessíveis e conteúdos incompreensíveis.

*César Silva é diretor-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT) e docente da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP). Foi vice-diretor superintendente do Centro Paula Souza

Escute nosso episódio de podcast:

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