ARTIGO
Por Morgana Batistella*: O pensamento computacional é uma habilidade que se tornou de suma importância em um mundo cada vez mais dependente de tecnologia. Embora o termo seja relativamente novo, as habilidades que ele engloba não são e, na educação, podem ser aplicadas nas ciências […]
Publicado em 26/04/2023
Por Morgana Batistella*: O pensamento computacional é uma habilidade que se tornou de suma importância em um mundo cada vez mais dependente de tecnologia. Embora o termo seja relativamente novo, as habilidades que ele engloba não são e, na educação, podem ser aplicadas nas ciências clássicas, exatas, humanas e da natureza, tanto online como offline, para uma melhor compreensão dessas disciplinas.
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Essa aprendizagem criativa baseada no digital permite que o aluno desenvolva tais habilidades e técnicas úteis para a resolução de problemas em qualquer área do conhecimento humano desde os primeiros anos de vida, seja por meio de jogos projetados, quebra-cabeças lógicos e jogos de estratégia para ajudar no desenvolvimento intelectual de crianças.
Mesmo que a inclusão das ciências da computação na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não seja ainda obrigatória no Brasil, é uma área do conhecimento que traz inúmeros benefícios para o aprendizado.
Na educação infantil, pode auxiliar no ensino ao propor a criação e teste de algoritmos por meio da brincadeira, com objetos do ambiente e com movimentos do corpo de maneira individual ou em grupo. No ensino fundamental, contribui para explicar o mundo atual e ser um agente ativo e consciente de transformação capaz de analisar criticamente seus impactos sociais, ambientais, culturais, econômicos, científicos, tecnológicos, legais e éticos, pensamento crítico que tem um impacto a longo prazo. Já no ensino médio, diz respeito ao desenvolvimento de projetos para investigar desafios do mundo contemporâneo, construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis, articulando conceitos, procedimentos e linguagens próprias da computação preferencialmente de maneira colaborativa.
Esses fundamentos já foram aplicados em diferentes níveis educacionais em outros países, seguindo o pioneirismo do Reino Unido, que completou a implementação dessa modalidade no ensino básico em 2014. Dentre os mais de 440 estudos realizados em todo o mundo com alunos do ensino fundamental e médio, comprovou-se que aprender programação de computadores melhora a criatividade, as habilidades matemáticas, espaciais, de raciocínio lógico e metacognição.
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No Brasil, a experiência tem sido adaptada de acordo com a cultura e as especificidades educacionais do país. A complexidade do tema em território nacional nos permite reinventar as práticas dessa modalidade na plataforma do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), onde é possível buscar propostas para o ensino de computação nas escolas, tanto na educação básica quanto na profissional. Desta forma, a educação pode contribuir e muito com as tecnologias do futuro.
Debater esse tema é fundamental, ainda mais com o objetivo de levar para as salas de aula o ensino da informática mais acessível. E ao falar de pensamento computacional no Brasil, automaticamente o foco é voltado para as disciplinas que envolvam raciocínio lógico, como matemática, mas precisamos entender que esse modelo de ensino, vai muito além da resolução de problemas, e pode ser aplicado em diversas situações cotidianas. Quando estimulamos o pensamento computacional dentro da sala de aula, é possível que os alunos desenvolvam melhor o seu pensamento e a sua capacidade cognitiva, como também no preparo para o futuro, levando em consideração as profissões que exigirão cada vez mais esses aspectos, como desenvolvedores de softwares, experiência do usuário, cibersegurança, gestão de tráfego e machine learning.
Empresas e organizações têm investido cada vez mais em tecnologia para alavancar os seus negócios. Entretanto, aplicar esse método nas escolas como parte do aprendizado de crianças e adolescentes, é essencial ao currículo escolar, para que os estudantes estejam sempre atualizados e preparados para o futuro.
*Morgana Batistella, é head de soluções complementares da SOMOS Educação, do grupo Cogna.