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Quando as pessoas entram na rotina e normalizam alguns pontos, geralmente é preciso alguém de fora para tirá-las da zona de conforto, do automático. O feedback pode ser visto dessa maneira, sendo uma forma de avaliação. Com mais de 30 anos de atuação na área […]
Publicado em 09/05/2023
Quando as pessoas entram na rotina e normalizam alguns pontos, geralmente é preciso alguém de fora para tirá-las da zona de conforto, do automático. O feedback pode ser visto dessa maneira, sendo uma forma de avaliação. Com mais de 30 anos de atuação na área educacional, Silvana Tamassia é doutoranda em psicologia da educação e já foi professora da educação básica e superior. Ela estará presente em um painel da Bett Brasil* com mais duas especialistas hoje, 9, às 11h, e falará sobre a utilização do feedback como ferramenta de desenvolvimento do trabalho docente, como se preparar para dar esse retorno e ainda desmistificar o receio que as pessoas têm com essa prática.
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“O feedback não é uma lista de coisas negativas, mas questões e sugestões que podem ajudar a pensar e a fazer melhor. Há uma ideia do feedback só para achar problema”, ressalta Silvana.
Para a doutoranda, é necessário criar um planejamento e estar presente no dia a dia do professor. Designar o coordenador para observar as aulas e assim conseguir contribuir de uma melhor forma para o feedback.
“Para dar um feedback há alguém, é preciso acompanhar o que a pessoa está fazendo, acompanhar a aula. No caso da escola é o coordenador. Quando a gente fala sobre observação de aula, as pessoas ficam receosas: ‘estou na minha aula e a pessoa vai dar palpite?’. Mas esse olhar para a sala de aula é um ponto importante porque senão o feedback para o professor não contribui. Onde está o trabalho do professor? Está na sala de aula. Então para dar um feedback que contribua é necessário também estar acompanhando essa aula, estar nesse espaço.”
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O fato é que é preciso saber trabalhar em equipe sem a postura de superioridade e estar aberto ao diálogo, o que ainda segue sendo um desafio, pois muitas vezes os educadores se sentem desconfortáveis em receber esse retorno e os gestores/diretores em dá-lo. Nesse caminho, Silvana explica que o primeiro passo para conseguir dar o feedback é construir uma relação de confiança com o corpo docente, até porque, o objetivo final é lapidar as aulas para os alunos aprenderem mais.
“Se a relação de confiança for estabelecida e o feedback não for apenas para criticar o professor, em geral, as pessoas começam a pedir. ‘Você precisa ir lá observar o que eu fiz essa semana’. ‘Olha isso aqui e me dá um feedback?’.’
Ela também orienta que esse coordenador tem que estar atento se a sua fala dialoga com a sua prática: não adianta indicar alternativas de melhoria se essa pessoa ‘avaliadora’ faz a mesma coisa. Desse modo, o professor tende a pensar: “’como acreditar que a sugestão que ele trouxe é boa se nem ele pratica?’’’.
*A Bett Brasil é o maior evento de educação e tecnologia na América Latina. Acontece de 9 a 12 de maio, no Transamerica Expo Center, São Paulo. E nós, da Educação, estamos fazendo uma cobertura especial. Clique aqui para ficar por dentro de tudo.
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