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Não tem mais volta, a tecnologia chegou para ficar. Precisamos encontrar (e com urgência) caminhos sólidos, sustentáveis, escaláveis e orçamentários para fazermos chegar sua inserção em todas as escolas (principalmente) as públicas. Leia também Tecnologia pode ser aliada da educação, mas uso traz desafios Por […]
Publicado em 15/05/2023
Não tem mais volta, a tecnologia chegou para ficar. Precisamos encontrar (e com urgência) caminhos sólidos, sustentáveis, escaláveis e orçamentários para fazermos chegar sua inserção em todas as escolas (principalmente) as públicas.
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Tecnologia pode ser aliada da educação, mas uso traz desafios
Por que não podemos acertar em tecnologia educacional sem os professores
Sua eficácia é comprovada por diversos benefícios na educação, principalmente por ser uma mola propulsora ao processo de ensino e aprendizagem, não como um fim, mas como um meio para alavancar o processo cognitivo.
O psicólogo Benjamin Bloom, pesquisador da Universidade de Chicago, há 40 anos formulou o “problema 2 sigmas de Bloom”, o qual se refere a um fenômeno educacional.
Bloom identificou que estudantes que aprendiam com um apoio individualizado de um professor tinham resultados de até 98% melhores ao método tradicional. Sem dúvida esse fenômeno é um desafio à nossa educação.
Pesquisas promovidas por Bloom demonstram que há um ganho na aprendizagem quando os estudantes são ensinados de maneira personalizada e individualizada e o desafio é transpor esse modelo, replicando-o em um ambiente educacional coletivo. Na busca pela solução do “2 sigmas”, foram criadas plataformas educacionais que ofertam experiências e vivências de aprendizagem que favorecem o processo de aprendizagem, com aspectos individualizados para uso no coletivo, como Coursera, Moodle, edX, entre outras.
No entanto, apesar dos muitos avanços de plataformas educacionais e de documentos norteadores como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com o seu complemento por meio da Base Nacional Comum Curricular do Pensamento Computacional e Plano Nacional de Educação Digital (PNED), estamos longe de ofertar e de reduzir desigualdades em acesso e infraestrutura e olhar para os pilares de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, Cultura Digital e Pensamento Computacional. Tanto é que se faz necessário desmistificar formas de inserir a tecnologia no fazer pedagógico e desenvolver nos estudantes habilidades e competências que variam de atividades desplugadas (analógicas) a plugadas com recursos digitais.
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Essa mudança perpassa em conhecer o território educativo, mas também compreender o que os nossos estudantes acessam e seus interesses/finalidades e ofertar plataformas e metodologias como a do ensino híbrido que aprimorem a forma de ensinar e criem novas versões de percursos formativos e materiais diversificados para atender as diferentes necessidades em sala de aula, contemplando:
Apesar das condições ofertadas serem conhecidas, levar à sala de aula ainda é um desafio, no entanto, temos avançados nesse quesito, principalmente quando podemos ofertar ferramentas a milhões de estudantes simultaneamente, com plataformas que trabalham com inteligência artificial, conhecimento dos estudantes sobre um tema, oferta de conteúdo personalizado, feedback que considera os erros, entre outras.
Além das ferramentas, podemos trabalhar com conceitos como a cultura maker, filosofia de ensino ancorada em pilares da criatividade, colaboração, escalabilidade e sustentabilidade para desenvolver a proposta mão na massa. Todas essas atividades podem ser de baixo recursos como marcenaria, bordado, até atividades que levem a programação, robótica e Internet das Coisas (IoT).
E ainda trabalhar com atividades relacionadas à compreensão dos aparatos tecnológicos e temas ligados à criatividade e remix e/ou com a cultura digital ao abordar as múltiplas linguagens e os multiletramentos de um mundo cada vez mais conectado, compreendendo suas regulações e exercitando nos estudantes a ética e criticidade.
O professor continua sendo um importante protagonista do processo de aprendizagem, que permite a relação cooperativa e afetiva do cognitivo, cuja contribuição da tecnologia é ofertar experiências de aprendizagem que atendam necessidades de diferentes ritmos, garantindo aos professores que exerçam melhores os seus papéis, com isso, assegurando uma aprendizagem a todos com equidade.
Já temos inteligência artificial que corrige avaliações, explica exercícios e ensina programar, precisamos transpor esse mundo para as escolas públicas e investir em políticas públicas inovadoras pelo potencial de ressignificar o ensino e melhorar os índices de aprendizado, reduzindo as desigualdades de aprendizagem e preparando para o futuro próximo.