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Um grupo de 40 professores da rede de escolas públicas técnicas administrada pelo Centro Paula Souza, em SP, acaba de receber a certificação para começar, no próximo trimestre, as primeiras iniciativas em parceria com o programa Intel AI for youth. O programa inclui conteúdo, acesso […]
Publicado em 20/06/2023
Um grupo de 40 professores da rede de escolas públicas técnicas administrada pelo Centro Paula Souza, em SP, acaba de receber a certificação para começar, no próximo trimestre, as primeiras iniciativas em parceria com o programa Intel AI for youth. O programa inclui conteúdo, acesso a recursos de laboratório e certificação da capacidade de aplicação de inteligência artificial na criação de soluções para problemas e demandas práticas. O Brasil é o 28º país e o 4º na América Latina a receber o projeto.
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“Sabemos que o Centro Paula Souza não reflete a realidade do ensino médio no Brasil. Mas neste momento não podemos errar. Queremos muito ver como os alunos lidam com o conhecimento e as ferramentas, para ver quais módulos fazem sentido na grade de 176 horas”, esclarece Emílio Loures, diretor de políticas públicas da Intel Brasil.
A rede do Centro Paula Souza atende a cerca de 230 mil alunos nas escolas de ensino médio (Etecs) e aproximadamente 100 mil de graduação (Fatecs). “Temos muitas vagas (relacionadas a habilidades com IA), mas poucos profissionais qualificados para preenchê-las. Por isso programas como o Intel AI for youth são tão importantes para nutrir nos jovens o interesse por tecnologia, apresentar para eles uma possível carreira que vai ter um futuro longevo e cada vez mais essencial para os ecossistemas de negócios do mundo”, diz Gisselle.
“A parceria trará novas oportunidades de aprimoramento para nossos alunos e professores. Estar entre os principais parceiros internacionais da Intel AI for youth permite aos jovens aumentar as possibilidades de inserção e atuação na área de tecnologia”, acrescenta Laura Laganá, diretora-superintendente do CPS.
Durante a fase de treinamento dos professores, já foram feitas adaptações na produção de conteúdo em português e se apontaram pontos de melhoria. “Além de reforço nos módulos de visão computacional, processamento de linguagem natural e coleta de dados móveis, também propusemos acrescentar módulos de estatística”, exemplifica Carlos Eduardo Ribeiro, coordenador de projetos do Centro Paula Souza.
Embora o foco inicial sejam estudantes de áreas de TI, o professor adianta que a formação em IA pode e deve ser estendida a outras áreas. “Conforme identifiquemos lacunas, poderemos criar módulos específicos para grupos de alunos. Hoje há um conteúdo forte para desenvolvedores de software, mas podem ser gerados conteúdos para áreas como gestão industrial”, diz Carlos.
“Os alunos já perceberam que a inteligência artificial não elimina emprego; a IA muda o emprego”, define Lucília Guerra, diretora do Centro de Capacitação Técnica do CPS. “O curso técnico de publicidade já inclui módulos relacionados a IA”, menciona. Ela explica que as unidades têm autonomia curricular para essa abordagem de inovação.
A preparação dos professores foi feita com duas turmas. Na primeira, no ano passado, os professores tiveram que realizar as atividades em inglês, enquanto a segunda já contou com material localizado. “O conteúdo que começamos a gerar em português brasileiro deve ser usado em Portugal”, conta Emílio.
“Em 2020, assumimos o compromisso de colaborar com governos de 30 países e 30 mil instituições em todo o mundo para capacitar mais de 30 milhões de pessoas com habilidades em inteligência artificial até 2030. Atualmente, expandimos a Intel digital peadiness programs globalmente, colaborando com 27 países, com 23 mil instituições e capacitando mais de 4 milhões de pessoas”, diz Gisselle Ruiz Lanza, diretora da Intel para a América Latina.
Claudia Muchaluat, diretora-geral da Intel Brasil, lembra que o mercado relacionado à IA é dimensionado em US$ 15 trilhões até 2030. “É a IA que dá sentido a IoT (Internet das coisas), big data e nuvem. Temos abundância de dados, poder computacional e precisamos de capacitação. Quem leva isso tudo à sala de aula é o professor”, diz Emílio.
O diretor de políticas públicas cita a afirmação do executivo Andy Bryant, ex-chairman da Intel: “O nosso ingrediente básico é areia. Todo o resto do valor é agregado por pessoas”.
Emílio esclarece que o programa tem como premissas trabalhar com jovens entre 13 e 20 anos, em escolas públicas “Há maior alinhamento nas escolas técnicas, mas não necessariamente”, pondera.