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Um relatório sobre o risco da utilização do aparelho celular em sala de aula, alertando para distrações dos estudantes e o uso sem foco na aprendizagem, foi divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Leia tambémDesigualdades […]
Publicado em 11/08/2023
Um relatório sobre o risco da utilização do aparelho celular em sala de aula, alertando para distrações dos estudantes e o uso sem foco na aprendizagem, foi divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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O documento traz um panorama alarmante sobre a ausência de evidências para o impacto positivo da tecnologia dentro da educação, desigualdade de acesso entre os estudantes, avanço repentino nas mudanças tecnológicas e a necessidade de adaptação da educação, oferta de conteúdo online sem regulamentação dos controles de qualidade e/ou diversidade.
A tecnologia educacional tem se mostrado tanto uma vilã, quanto uma aliada para a educação dependendo do seu uso e das perspectivas adotadas.
Embora ofereça inúmeras oportunidades e benefícios, também apresenta desafios e limitações que precisam ser considerados. Dentro desse cenário é necessário compreender o seu papel como objeto de conhecimento colocado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com habilidades e competências a serem trabalhadas e como ferramenta de ensino.
Quando nos referimos a ela como vilã, é preciso compreender que o relatório da Unesco traz pontos pertinentes sobre a reflexão e seu uso em sala de aula que precisam ser debruçados sobre estados e munícipios, principalmente quando nos deparamos com questões de infraestrutura, conectividade, aumento de desigualdades de acesso que os estudantes são expostos e ineficiências de políticas públicas.
O aparelho celular pode, sim, causar sérias distrações no processo de aprendizagem, com isso, se faz necessário criar regras para o seu uso. Um bom exemplo é a cidade do Rio de Janeiro, que trouxe um decreto a respeito do assunto e reforça a questão da intencionalidade pedagógica. Reforço aqui a necessidade de diálogo sobre o assunto nas esferas federais, estaduais e municipais e criação de diretrizes a respeito, com a finalidade de oportunizar vivências significativas aos estudantes, sem que se prejudique o processo cognitivo.
Como uma aliada, a tecnologia educacional tem transformado a maneira como aprendemos e ensinamos. Ela oferece uma ampla gama de recursos, como aplicativos, softwares educacionais e plataformas online que estão sempre disponíveis e acessíveis aos estudantes e professores e que devem ser utilizadas com intencionalidade pedagógica.
Essas ferramentas podem enriquecer o processo de ensino, fornecendo materiais interativos, videoaulas, simuladores e exercícios personalizados, permitindo que os estudantes aprendam no seu próprio ritmo e obtenham feedback imediato. Além disso, a tecnologia ajuda a diversificar os métodos de ensino, tornando as aulas mais interessantes e engajadoras.
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Para além disso, a tecnologia educacional também permite personalizar o processo de ensino, atendendo às necessidades individuais de cada estudante. Com o uso de softwares adaptativos, por exemplo, é possível identificar as dificuldades e lacunas de aprendizagem de cada um e oferecer atividades e materiais que estejam de acordo com o seu processo de aprendizado.
Esses recursos estimulam o interesse dos estudantes, despertando a curiosidade e motivando-os a explorar e aprofundar os conteúdos estudados. Dessa forma, a tecnologia se torna uma aliada na construção do conhecimento, tornando o processo de aprendizagem mais significativo e prazeroso.
É importante ressaltar que a tecnologia educacional não substitui o papel do professor, mas sim o complementa. O professor continua sendo fundamental no processo de ensino, orientando, mediando e estimulando os estudantes a usarem a tecnologia de forma crítica e responsável.
Já os professores devem ser preparados para utilizar as ferramentas tecnológicas de forma pedagogicamente adequada, garantindo que elas sejam usadas como instrumentos de aprendizagem efetiva.
Nesse sentido, há a necessidade de encontrar o equilíbrio do seu uso em sala de aula e potencializar sua ressignificação. Um exemplo é levar abordagens inovadoras, como a cultura maker, que possui potencial desde que utilizada com intencionalidade pedagógica, já que é uma abordagem que incentiva os estudantes a resolverem problemas colaborativamente, criando artefatos que pedem o uso das mãos, sendo porta de entrada para trabalhar a inovação na educação.
Essa abordagem representa uma estratégia para modificar o processo de aprendizagem, já que promove interdisciplinaridade e oferta oportunidade de realizar avaliações diagnósticas personalizadas por envolver os estudantes em ações pertencentes e experiências de aprendizagem.
Ao integrar a tecnologia ao currículo escolar é possível potencializar o aprendizado, preparando os estudantes para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais conectada e inovadora. Maneiras diferentes de enxergar o seu uso como objeto e ferramenta de ensino ajudam a romper barreiras e garantem igualdade, inclusão e equidade.