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Na sensibilidade também se aprende

A arte tem o poder de transcender fronteiras, conectar pessoas e transformar comunidades, e suas expressões permeiam nossas vidas das mais variadas formas, assim como a escola. Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o componente curricular de arte não se resume a técnicas e estilos, […]

Publicado em 26/09/2023

por Damaris Silva

A arte tem o poder de transcender fronteiras, conectar pessoas e transformar comunidades, e suas expressões permeiam nossas vidas das mais variadas formas, assim como a escola. Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o componente curricular de arte não se resume a técnicas e estilos, a proposta permeia a formação de cidadãos críticos e reflexivos a partir da interação crítica da comunidade escolar com a complexidade do mundo, por meio da diversidade cultural e das mais variadas expressões artísticas.


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Nesse cenário, Érico Alves de Oliveira, artista visual, pintor, ilustrador e arte-educador, nos mostra que essa perspectiva é possível e necessária. Em seu percurso pessoal e profissional, Érico vê na arte um espaço para profundas elaborações críticas. Seus projetos perpassam sempre aspectos artísticos e olhares sensíveis da comunidade, como a proposta de um Museu Comunitário, em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, que culminou em uma mostra com cenas do bairro, trazendo suas histórias e lembranças da comunidade para fazer parte da exposição. 

Também professor da rede pública de ensino, o artista tem sua produção refletida numa visão crítica da realidade escolar e da educação brasileira como um todo, aliás, um tema que traduz as inquietações vividas em sua própria experiência profissional como educador. Sua exposição intitulada Escolas é um retrato corajoso e provocativo que desafia as convenções e nos convida a repensar o papel da escola em nossa sociedade. A série traz à tona questões importantes relacionadas à vigilância, à punição e ao excesso de regras presentes nesse espaço.

Trata-se de uma imersão na complexidade das unidades educacionais, em que Érico utiliza cores e formas marcantes para transmitir sentimentos e sensações que muitas vezes são difíceis de expressar apenas com palavras. Cada tela é um convite para reflexão, revelando histórias silenciadas e conflitos ocultos que podem ocorrer no dia a dia escolar. As obras já foram expostas na Câmara Municipal de São Paulo, na exposição Educarte, e em outros aparelhos culturais.  

Por vezes, nos deixamos levar pelo caráter periférico da arte em nossos currículos escolares, subjugando a relevância desse componente curricular nas escolas. Só que essa experiência nos mostra como o fomento à diversidade e expressões artísticas podem ser ferramentas poderosas de aprendizado e desenvolvimento, não só de estudantes, como de educadores e do diálogo com seus pares, das suas relações com o espaço e com toda a comunidade. 

Escute nosso episódio de podcast:

Autor

Damaris Silva


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